Catequese em Puebla: teologias em conflito

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Solange Maria do Carmo

Resumo

Desde Medellín, a catequese seguira afirmando a absoluta unidade entre a história humana e a história da salvação, pois compreendeu que é, na situação humana concreta, que Deus se revela. Em Puebla, porém, essa convicção se mostra abalada. No capítulo reservado à catequese, transparece subliminarmente um conflito de teologias, marcado pela presença de alguns paralelismos antitéticos, tais como situação humana e doutrina revelada; catequese de situação e catequese doutrinal, memorismo e ausência de memória. No saudosismo de uma catequese que não se descuide da doutrina em prol da práxis cristã, esconde-se uma tensão teológica. Nem todo o episcopado de Puebla estava convicto que os caminhos mais humanos são exatamente os mais divinos; nem todos comungavam da afirmação que Deus se diz na história humana e nela toma partido dos empobrecidos e sofredores. Por meio do estudo do Documento de Catequese (item 3 do capítulo 3 das Conclusões de Puebla), este artigo quer mostrar a coexistência de duas teologias na Conferência Episcopal Latino-americana de 1979: uma mais cristoderivada, na esteira de Medellín, que favorece a eclesiologia Povo de Deus, com valorização de todo batizado e de sua realidade cotidiana; outra, mais teoderivada, que possibilita a eclesiologia Corpo de Cristo, que compreende a Igreja como uma sociedade perfeita, hierarquicamente organizada, independente dos caminhos da humanidade.

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Como Citar
CARMO, S. M. DO. Catequese em Puebla: teologias em conflito. HORIZONTE - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, v. 17, n. 54, p. 1458, 22 mar. 2020.
Seção
Artigos/Articles: Dossiê/Dossier
Biografia do Autor

Solange Maria do Carmo, PUC-Minas

Graduada em teologia (FAJE), licenciada em filosofia (PUC MInas), mestre em teologia (FAJE), doutora em teologia (FAJE), professora da PUC MInas e do ISTA