Os dois véus do Deus absconditus: Pascal e a (des)razão dos modernos
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Resumo
O intuito deste texto será problematizar, à maneira preconizada por Marc Bloch (Apologia da História ou Ofício de Historiador,1944) – vale dizer, à luz de uma questão-problema – a produção filosófica, físico-matemática e teológica do jansenita francês Blaise Pascal (1623-1662). A indagação de fundo visa a desvelar a arqueologia das aporias e dilemas hodiernos da Razão dos modernos, por conseguinte se propondo um exercício crítico presente-passado-presente. Ensaiamos, neste lastro, a interpretação de que a singularidade filosófica de Pascal instaura, na primeira Modernidade, um ceticismo filosófico de matriz agostiniana, que poderia hoje nos ensejar uma desejável reconfiguração da função da razão na História e na história. A dúvida de Pascal quanto à Razão Natural decantada por Descartes se permite descortinar com a ideia de um Deus Absconditus. Para tanto, o texto propõe uma interface analítica entre História Social e História Intelectual (História da Filosofia Moderna), procurando apresentar a pluralidade de vertentes teológico-filosóficas no seio do Catolicismo Romano e suas potencialidades para reconfigurar as trajetórias da razão hodierna para fora do labirinto pós-moderno.
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