A Igreja Apostólica: da “Tenda de Deus para Salvação e Cura” à “Igreja da Santa Vó Rosa” – Mutações Religiosas (1954-2020)

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Leonildo Silveira Campos

Resumo

Este texto, A Igreja Apostólica: da “Tenda de Deus para Salvação e Cura” à “Igreja da Santa Vó Rosa” – Mutações Religiosas (1954-2020), objetiva descrever o surgimento e as mutações experimentadas por uma Igreja inicialmente pentecostal, fundada em São Paulo, em 1954, no rastro do movimento de cura divina. Tentamos responder à pergunta: Diante dessas mudanças experimentadas no decorrer de seis décadas o que de pentecostal restou no final dessa trajetória marcada por transformações doutrinárias, litúrgicas e administrativas? Na pesquisa, examinou-se: documentação primária, atas de assembleias registradas em cartórios; sites e boletins da própria Igreja; documentários televisivos e outros postados no Youtube; jornais; e arquivos eletrônicos produzidos por antigos membros e pastores que, há alguns anos, fazem oposição à direção dessa Igreja. Os dados obtidos nos levam à conclusão de que as mudanças implementadas são suficientes para classificar essa Igreja como uma instituição tipo seita (Troeltch, Wilson) por causa de seu fechamento em si mesmo, do rigor de sua disciplina, da ênfase escatológica e da posição anticultura. A Igreja Apostólica mantém hoje somente alguns resíduos de suas origens pentecostais.

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Como Citar
CAMPOS, L. S. A Igreja Apostólica: da “Tenda de Deus para Salvação e Cura” à “Igreja da Santa Vó Rosa” – Mutações Religiosas (1954-2020). HORIZONTE - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, v. 19, n. 58, p. 114, 30 abr. 2021.
Seção
Artigos/Articles: Dossiê/Dossier
Biografia do Autor

Leonildo Silveira Campos, Universidade Metodista de São Paulo

Doutor em Ciências da Religião pela UMESP. Professor aposentado das Universidades Metodista de São Paulo e Presbiteriana Mackenzie. País de origem: Brasil. E-mail: leocamps@uol.com.br

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