A espiritualidade no atendimento de mulheres usuárias de substâncias
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
O artigo apresenta e analisa as representações acerca da espiritualidade presentes nos relatos de mulheres usuárias de substâncias que buscam acolhimento em comunidades terapêuticas (CTs) de perfil religioso. Os dados observados são provenientes de entrevistas semiestruturadas realizadas ao longo do segundo semestre de 2020 com mulheres acolhidas em duas CT’s, sendo uma delas de perfil católico carismático e outra vinculada a uma igreja que compõe o protestantismo histórico. As lideranças dessas instituições foram igualmente ouvidas com a intenção de alcançar informações a respeito da maneira como religião e espiritualidade são acionadas e articuladas no método empregado por essas CTs. A principal conclusão desse trabalho indica que as estratégias institucionais aplicadas para afastar essas mulheres do uso de substâncias fundamentam-se em narrativas religiosas que, muitas vezes, são ressignificadas pelas acolhidas por meio de suas próprias experiências subjetivas ao longo da permanência na CT. Ainda, deve-se ressaltar que a espiritualidade vivenciada pelas entrevistadas parece, em algumas situações, confrontar as orientações institucionais.
Downloads
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Submeto (emos) o presente trabalho, texto original e inédito, de minha (nossa) autoria, à avaliação de Horizonte - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, e concordo (amos) em compartilhar esses direitos autorais a ele referentes com a Editora PUC Minas, sendo que seu “conteúdo, ou parte dele, pode ser copiado, distribuído, editado, remixado e utilizado para criar outros trabalhos, sempre dentro dos limites da legislação de direito de autor e de direitos conexos”, em qualquer meio de divulgação, impresso ou eletrônico, desde que se atribua créditos ao texto e à autoria, incluindo as referência à Horizonte. Declaro (amos) ainda que não existe conflito de interesse entre o tema abordado, o (s) autor (es) e empresas, instituições ou indivíduos.
Reconheço (Reconhecemos) ainda que Horizonte está licenciada sob uma LICENÇA CREATIVE COMMONS - ATTRIBUTION 4.0 INTERNATIONAL (CC BY 4.0):
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Por isso, PERMITO (PERMITIMOS), "para maximizar a disseminação da informação", que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.
Referências
AUTOR, 2021.
BERGER, P. Rumor de anjos: a sociedade moderna e a redescoberta do sobrenatural. Petrópolis: Vozes, 1996.
CAMPOS, L. S. “Evangélicos de missão” em declínio no Brasil: exercícios de demografia religiosa à margem do Censo de 2010. In: TEIXEIXA, Faustino; MENEZES, Renata (Orgs.). Religiões em movimento: o Censo de 2010. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013, p. 127-160.
CARRANZA, B. Renovação carismática católica. Origens, mudanças e tendências. Aparecida: Santuário, 2000.
CSORDAS, T, Corpo significado cura. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2008), 102.
DE LEON, G. A Comunidade Terapêutica: teoria, modelo e método. 5ª Edição. São Paulo: Edições Loyola; 2014.
GIUMBELLI, E. O fim da religião? dilemas da liberdade religiosa no Brasil e na França. São Paulo: Attar, 2002.
GOMES, K. V. A dependência química em mulheres: figurações de um sintoma partilhado. Tese de Doutorado. São Paulo: USP, 2010.
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Nota Técnica nº 21 (Diest): Perfil das comunidades terapêuticas brasileiras. Brasília: IPEA, 2017, 20,
LEITE, K. L. C. Implicações da moral religiosa e dos pressupostos científicos na construção das representações do corpo e da sexualidade femininos no Brasil. Cad. Pagu, Campinas, n. 49, 2017.
LOECK, J. F. Comunidades terapêuticas e a transformação moral dos indivíduos: entre o religioso-espiritual e o técnico-científico. In: SANTOS, Maria Paula (Org). Comunidades terapêuticas: temas para reflexão. Rio de Janeiro: IPEA, pp. 77-100, 2018.
RIBEIRO, F. M. L.; MINAYO, M. C. de S. “As Comunidades Terapêuticas religiosas na recuperação de dependentes de drogas: o caso de Manguinhos, RJ, Brasil”, Interface 19, no. 54 (2015), 515-22,
GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1978.
MAFRA, C. J. Na Posse da Palavra: religião, conversão e liberdade pessoal em dois contextos nacionais. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2002, 136-40.
MORAES, M. Gênero e usos de drogas: porque é importante articular esses temas? In: Gênero e drogas: contribuições para uma atenção integral à saúde/ Maristela Moraes, Ricardo Castro, Dênis Petuco (Org.). Recife: Instituto PAPAI, 2010.
ORO, A. P.; STEILL, C. A. (Orgs.). Globalização e religião. Petrópolis: Vozes, 1977.
SIQUEIRA, D. O labirinto religioso ocidental: da religião à espiritualidade. Do institucional ao não convencional. Dossiê: Pluralidade Religiosa na América Latina. Soc. estado. 23 (2), 2008.
TEIXEIRA, César. “O testemunho e a produção de valor moral: observações etnográficas sobre um centro de recuperação evangélico”. Religião e Sociedade 36, no. 2 (2016): 107-34.
WEBER, M. Sociologia da religião. In: WEBER, Max. Economia e Sociedade: Fundamentos da Sociologia Compreensiva. Brasília, DF; Editora da Universidade de Brasília, 1991. p. 279- 418.