O XANGÔ NA SALA DE AULA: DILEMAS DA IDENTIDADE RELIGIOSA AFRO-BRASILEIRA EM ALAGOAS - DOI 10.5752/P.1983-2478.2013v8n14p261

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Amurabi Pereira de Oliveira
Kleverton Arthur de Almirante
Fernanda Nascimento dos Santos

Resumo

Neste artigo buscamos analisar a relação entre identidade religiosa e a escola, mais especificamente entre a identidade religiosa afro-brasileira no estado de Alagoas. Partimos de duas pesquisas para realizar nossas reflexões, uma envolvendo as crianças de candomblé no espaço escolar, que está sendo realizada em Maceió, capital de Alagoas, e outra acerca do ensino religioso no município de Messias, região metropolitana de Maceió. Acreditamos que ocorre um processo de invisibilização da identidade religiosa afro-brasileira no espaço escolar, e que só pode ser compreendido ao considerarmos o contexto histórico do candomblé, ou Xangô, no Brasil e em Alagoas. Estas questões apontam para o caráter monocultural da escola, ainda que devamos reconhecer as mudanças em cursos, apontadas principalmente pelo avanço do aparato legal em torno das questões étnico-raciais em educação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
OLIVEIRA, A. P. DE; ALMIRANTE, K. A. DE; SANTOS, F. N. DOS. O XANGÔ NA SALA DE AULA: DILEMAS DA IDENTIDADE RELIGIOSA AFRO-BRASILEIRA EM ALAGOAS - DOI 10.5752/P.1983-2478.2013v8n14p261. INTERAÇÕES, v. 8, n. 14, p. 261-279, 20 dez. 2013.
Seção
DOSSIÊ EDUCAÇÃO E RELIGIÃO
Biografia do Autor

Amurabi Pereira de Oliveira, Universidade Federal de Alagoas

Licenciatura Plena (2007) e Mestrado (2008) em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Campina Grande e Doutorado em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (2011). Atualmente é professor da Universidade Federal de Alagoas, atuante em seu Programa de Pós-Graduação em Educação.

Kleverton Arthur de Almirante, Universidade Federal de Alagoas

Mestrando em Educação pela Universidade Federal de Alagoas, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL).

Fernanda Nascimento dos Santos, Universidade Federal de Alagoas


Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Alagoas.

Referências

ALAGOAS. Referencial Curricular da Educação Básica para as Escolas Públicas de Alagoas. Maceió, 2010.
ALEXANDER, J.. Toward to Theory of Cultural Trauma. In: ALEXANDER Jeffrey et ali (orgs.) Cultural Trauma and Collective Identity. Berkeley: University of California Press, 2004. p. 1-31.
BAKAN, D. On method: toward a reconstruction of psychological investigation. San Francisco: Jossey-Bass, 1967.
BAKKE, R. R. B.. Na escola com os orixás o ensino das religiões afro-brasileiras na aplicação da lei 10.639 2011. Tese (Doutorado em Antropologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
BASTIDE, R.. As religiões africanas no Brasil., Vol. 2. São Paulo: Pioneira, 1985.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 21 de dezembro de 1996.
______. Lei nº 10.639 de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. . Diário Oficial da União, Brasília, 10 de janeiro 2003.
BOURDIEU, P.; PASSERON, J.. A Reprodução. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
CANDAU, V. M. F.; MOREIRA, A. F. B.a. Educação Escolar e Cultura(s):construindo caminhos. Revista Brasileira de Educação, Brasil, s/v, .n.23, p. 156-168, 2003.
CAPUTO, S. G.. Educação em terreiros - e como a escola se relaciona com crianças de candomblé. Rio de Janeiro: Pallas, 2012.
CAVALCANTI, B. C.; ROGÉRIO, J. P.. Mapeando o Xangô - notas sobre mobilidade espacial e dinâmica simbólica nos terreiros afro-brasileiros de Maceió. In: BARROS, Rachel Rocha de Almeida; CAVALCANTI, Bruno César; SUASSUNA, Clara. (Org.). Religiões Afro-brasileiras. Maceió: EDUFAL, 2008, p. 1-19.
DAMATTA, R. O ofício de etnólogo, ou como ter “Anthropological Blues”. In: NUNES, E. A aventura sociológica: objetividade, paixão, improviso e método na pesquisa social. Rio de Janeiro: Zahar, 1978, pp. 23-35.
FERRETTI, S. F. Repensando o Sincretismo. São Paulo/São Luís: EDUSP/FAPEMA, 1995.
FREITAS, M. C.r. Alunos rústicos, arcaicos & primitivos: o pensamento social no campo da educação. São Paulo: Cortez Editora, 2005.
GEERTZ, C.. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.
GIUMBELLI, E.. Ensino Religioso em Escolas Públicas no Brasil: notas de pesquisa. Debates do NER, v. 14, p. 50-68, 2009.
GOMES, N. L.. Limites e possibilidades da implementação da Lei 10.639/2003 no contexto das políticas públicas em educação. In: PAULA, M; HERINGER, R. (Orgs.) Caminhos emergentes: estado e sociedade na superação das desigualdades raciais no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Boll, ActionAid, 2009. p. 39-74.
GRAUE M. E.; WALSH D. J. Investigação etnográfica com crianças: teorias, métodos e ética. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.
GUSMÃO, N. M. de. Africanidades e Brasilidades: desafio da formação docente. REALIS - Revista de Estudos Antiutilitaristas e Poscoloniais, v. 2, nº 1, p. 93-108, 2012.
______. Os Desafios da Diversidade na Escola. In: GUSMÃO, N. M. M. Diversidade, Cultura e Educação: Olhares Cruzados. São Paulo: Biruta, 2003. p. 83-105.
HALL, S.. Da Diáspora. Belo Horizonte: EDUFMG, 2009.
MACEDO, E.. A Cultura e a Escola. In: MISKOLCI, Richard (org.). Marcas da Diferença no Ensino Escolar. São Carlos: EdUFSCar, 2010. p. 11-44.
MAGGIE, Y.. Medo de Feitiço: Relações entre a Magia e o Poder no Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1992.
MOTTA, R.. Tempo e Milênio nas Religiões Afro-Brasileiras. In: XXIV Encontro Anual da ANPOCS. Caxambu: Encontro Anual da ANPOCS, 2000.
OLIVEIRA, A.. O Educador e Sua Magia. Educação on-Line, s/v, n 9, p. 1-17, 2012.
PIERUCCI, A. F.. Cadê nossa diversidade religiosa?. In: TEXEIRA, Faustino; MENEZES, Renata. (Org.). As religiões no Brasil: Continuidades e rupturas. Petrópolis: Vozes, 2006, p. 49-53.
PETITAT, A.. Produção da Escola/Produção da Sociedade. Petrópolis: Vozes, 1994.
PIRES, Flávia F. Ser adulta e pesquisar crianças: explorando possibilidades metodológicas na pesquisa antropológica. Revista de Antropologia, v. 50, n° 1, p. 225-270. 2007.
PRANDI, R.. O Brasil com axé: candomblé e umbanda no mercado religioso. Estudos Avançados, v. 18, n. 52, p. 51-66, 2004.
______. Segredos Guardados. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
RAFAEL, U. N.. Muito barulho por nada ou o "xangô rezado baixo": uma etnografia do "quebra de 1912" em Alagoas, Brasil. Etnográfica, v. 14, n° 2, p. 289-310, 2010.
______. Xangô rezado baixo: religião e política na Primeira República. São Cristóvão: Editora da Universidade Federal de Sergipe/Maceió: Editora da Universidade Federal de Alagoas, 2012.
RIBEIRO, R.. Antropologia da Religião e outros Estudos. Recife: Editora Massangana, 1982.
ROGÉRIO, J. P.. Se não há Sacrifício, não há Religião. Se não há sangue, não há Xangô: um estudo do sacrifício no Palácio de Iemanjá. 2008. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2008.
SANCHIS, P.. Religiões, religião... Alguns problemas do sincretismo no campo religioso brasileiro. In: SANCHIS, P. (Org.) Fiéis e cidadãos: Percursos do sincretismo no Brasil. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2001. p. 9-58.
SANTOS, B. de S.. A Crítica da Razão Indolente: contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez. 2009.
______. A Gramática do Tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2008.
SANTOS, I. M. F. dos. "Nos domínios de Exu e Xangô o Axé Nunca se Quebra". Transformações Históricas nas Religiões Afro-Brasileiras em São Paulo e Maceió: 1970-2000. 2012. Tese (Doutorado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
SARMENTO, M.. A Reinvenção do Ofício de Criança e de Aluno. Atos de Pesquisa em Educação, vol 6, nº 3, p. 581-602. 2011.
SILVA, V. G. da. Neopentecostalismo e religiões afro-brasileiras: Significados do ataque aos símbolos da herança religiosa africana no Brasil contemporâneo. Mana, v. 13 , n 1, p. 207-236, 2007.
WOODWARD, K.. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu (org.). Identidade e Diferença: a perspectivas dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. p. 7-77.