POSSÍVEIS RELAÇÕES ENTRE PRÁTICAS COERCITIVAS DA EXTINTA FEBEM E O REPERTÓRIO COMPORTAMENTAL ATUAL DOS EX-MORADORES
Resumo
O presente trabalho pretende investigar os possíveis efeitos psicológicos de intervenções coercitivas e punitivas sobre o repertório comportamental dos moradores da extinta Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (FEBEM) que, atualmente, estão inseridos em outra modalidade de abrigamento, estabelecida em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (SEDESE) e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Belo Horizonte (APAE-BH). Há indícios evidentes dos impactos de uma instituição totalizadora FEBEM, sobre a qualidade de vida atual de seus ex-moradores. Na maioria dos casos, observa-se a predominância de comportamentos heteroagressivos e também autodestrutivos. Em outros, observa-se a instalação de repertórios comportamentais precários, restritos e até mesmo estereotipados. Com relação aos comportamentos heteroagressivos, observa-se a predominância de topografias como: socos, chutes, mordidas e puxões de cabelo, comumente endereçados aos demais moradores e aos funcionários. Quanto aos comportamentos autolesivos, observa-se a existência de topografias como: bater a cabeça contra a parede, morder as próprias mãos, cortar os braços, etc. Nos casos de repertórios restritos, observa-se a passividade, padrões que sugerem ser mantidos pelo medo de entrar em contato com contingências punitivas. Tais padrões comportamentais implicam na dificuldade dos usuários do Programa Casa Lar da APAE-BH em aprender novas habilidades, que favoreçam as vivências de mundo de maneira assertiva, principalmente as habilidades sociais. Assim, este trabalho tem por objetivo: identificar os possíveis efeitos do uso de estratégias punitivas no repertório comportamental dos ex-moradores da extinta FEBEM; articular o conhecimento teórico com a prática sobre o uso de punições, com base na filosofia Behaviorista Radical; descrever os padrões comportamentais adotados ainda na extinta FEBEM, com base nos relatos dos ex-moradores e analisar os padrões comportamentais atualmente instalados, relacionando-os à história das contingências de reforçamento do usuário.
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