DEVIR-DE-FORA: O PROCESSO DE SUBJETIVAÇÃO NO TORNAR-SE ESTRANGEIRO
Resumo
Existem pilares na subjetivação enquanto um processo. Estes são efeitos e conceitos que percorrem esse fluxo promovendo sua sustentação, subjetivar é movimentar e dinamizar. No caso de uma filosofia da diferença, o que pode ser pensado como um suporte desse processo é o desejo, um desejo que compreende excesso no lugar da falta, expansão no lugar de um vazio e remanescência no lugar de uma angústia frente a eterna e dilacerante incompletude. Percebendo então a subjetivação enquanto processo é válido questionar como esse dinamismo se dá à medida que o individuo torna-se estrangeiro, a desterritorialização assim como a reterritorialização correspondem para além de um processo de deslocamento do corpo, mas promovem um deslocamento na maneira em que os fluxos desejantes se exprimem, ou seja, transforma-se (devir) a maneira de desejar (de fora). Para estruturar essa compreensão da subjetivação enquanto processo, nos cortes dos fluxos desejantes e nas experiências de um corpo nesse contexto de desterritorializar e reterritorializar trabalha-se com as obras de uma filosofia da diferença e/ou esquizoanálise, colocando em pauta uma maneira outra de experimentar os acontecimentos. Dessa forma, pensar a figura do migrante sob a perspectiva do seu processo de subjetivação é produzir uma crítica que vai muito além das análises já tão familizarizadas a esse campo que é psicologia.
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Referências
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