Delírio a Bico de Pena

  • Fernando Scheibe UFSC

Resumo

Com base em um enunciado de Michel Foucault (“A possibilidade de falar e a possibilidade de ser louco são contemporâneas”), este artigo investiga as relações entre linguagem, loucura e literatura, dialogando com autores como Clarice Lispector, Machado de Assis, Gilles Deleuze, D. H. Lawrence, Peter Stoterdjik, Michel Leiris, Jorge Luis Borges, Roland Barthes e Georges Bataille. Se a língua “é simplesmente fascista”, se somos falados por ela, o delírio é inevitável e somente nos resta modulá-lo. O delírio a bico de pena é um delírio menor e, ao mesmo tempo, “histórico mundial”, desenha a criança (o ser) em seu impuro devir, não busca fixá-la(o) nem impor limites. Esgarça a linguagem, constitui aquilo que Foucault, numa conversa com Duccio Trombadori, nomeava uma experiência.

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Biografia do Autor

Fernando Scheibe, UFSC
Doutor em teoria literária pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e tradutor. Traduziu, entre outros autores, Michel Foucault, Arlette Farge, Raymond Roussel, Stéphane Mallarmé, Catherine Malabou, Moebius, Georges Didi-Huberman, Alain Badiou, Marcel Detienne e, sobretudo, Georges Bataille.
Publicado
21-12-2018
Seção
Dossiê Foucault