Efeitos Semânticos e Discursivos de Arranjos Sintáticos: uma análise de manchetes jornalísticas

  • Ana Luisa Ribeiro Rodrigues de Sant'Ana Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
  • Matheus Federici Bismarque Martins Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Palavras-chave: Esfera jornalística. Estrutura sintagmática. Efeitos de Sentido.

Resumo

Este trabalho traz resultados de uma pesquisa feita articulando duas disciplinas do quinto período do curso de Letras e foi motivada a partir da hipótese de que haveria um padrão oracional na estrutura sintagmática de manchetes de jornais on-line e que a escolha lexical desses jornais seria orientada pela ideologia que cada jornal assume. A partir desse escopo, foram traçados os seguintes objetivos: (i) analisar a estrutura sintagmática das manchetes de jornais on-line e apreender possíveis efeitos de sentido do discurso que delas emergem, (ii) compreender e explicar motivações para a estrutura sintagmática em manchetes do domínio jornalístico on-line, (iii) verificar em que medida as estruturas sintagmáticas das manchetes se assemelham e/ou se diferem, (iv)
verificar se há um padrão oracional nas manchetes, (v) observar se há relação entre as estruturas sintagmáticas e o nível de informatividade e (vi) examinar relações entre condições pragmáticas, enunciativas e estrutura sintagmática. E, para que esses objetivos fossem alcançados, foram analisadas oito manchetes de notícias de dois fatos publicadas em quatro jornais on-line diferentes. Os dados foram examinados, sobretudo, sob as perspectivas de Bakhtin (2003), Koch (1998), Maingueneau (2001) e Medrado (2004) e revelaram que os jornais apresentam níveis de informatividade diferentes, marcados, principalmente, pelo uso de SP’s; a escolha dos tempos verbais e de certas estruturas lexicais influencia a nossa recepção/interpretação dos fatos, revelando 
representações dos sujeitos , de valores, de ideologia; os discursos são marcados pela intencionalidade do locutor; algumas vozes são evidenciadas e outras são silenciadas; de certa forma os jornais buscam cumprir o contrato jornalístico e seus pressupostos: verdade, objetividade e “imparcialidade”; não há um padrão oracional específico, porém, a maioria das manchetes analisadas, por sua própria natureza, preza pela economia linguística.

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Biografia do Autor

Ana Luisa Ribeiro Rodrigues de Sant'Ana, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Aluna do curso de graduação em Letras da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Maior interesse por pesquisas na área da Linguística e do Letramento. Atuou como membro (bolsista de iniciação científica CNPq) do projeto "Leitura e Escrita no Ensino Médio: demandas para a ação e formação de professores; caminhos para novas práticas" (Edital 13/2012), desenvolvido entre os anos de 2013 a 2015. Atualmente, atua como membro do projeto "Discurso acadêmico na pesquisa e no ensino: questões em torno da apropriação da palavra de outrem ( CAPES/COFECUB Edital 19/2014)"; e também do projeto "Leitura e escrita acadêmicas na formação inicial do professor de Língua Portuguesa: representações no/do processo de apropriação dos modos de dizer e fazer científicos" (nº 312228/2013, bolsa de produtividade)

Referências

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Publicado
31-08-2017