A crítica social em Memórias póstumas de Brás Cubas

  • Roseana Nunes Bacarat de Souza Figueiredo USP
Palavras-chave: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis, ruptura, crítica social,

Resumo

Memórias póstumas de Brás Cubas é considerada uma obra divisória de águas, pois estabelece a ruptura de Machado de Assis com os padrões que o norteavam até então. Ao substituir a linearidade da narrativa, a preferência pela ação e a leve caracterização das personagens por uma lógica independente da cronologia, que permite ao narrador viajar pelo tempo sem perder o rumo dos acontecimentos, torna possível a inserção de cuidadosas reflexões em qualquer um dos capítulos da obra, ou permite a condução dos acontecimentos sem ficar à mercê da necessidade de encadear os assuntos um após outro. Porém, a grande ruptura ocorre na preferência do autor pela caracterização das personagens, analisadas através de seus aspectos comportamentais, isto é, através da postura que assumem diante dos acontecimentos e da sociedade em que vivem. A caracterização psicológica das personagens, a ironia com que trata as desigualdades sociais e o deboche que faz à classe dominante constituem a essência da obra de Machado de Assis e é esse aspecto que pretendo destacar nesse trabalho, não profundamente, mas com o intuito de mostrar a crítica que Machado faz à sociedade de sua época e como suas personagens funcionam nesse um verso.

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Referências

ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. 18. ed. São Paulo: Ática, 1992.

SCHWARZ, Roberto. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. São Paulo: Duas Cidades, 1990.

Publicado
22-03-2000
Como Citar
Figueiredo, R. N. B. de S. (2000). A crítica social em Memórias póstumas de Brás Cubas. Scripta, 3(6), 183-186. Recuperado de https://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/10360
Seção
Dossiê: Machado de Assis