Eça e politeísmo

  • Maria de Santa-Cruz Universidade de Lisboa
Palavras-chave: Eça de Queirós,

Resumo

Reunimos aqui dois embriões de ensaio comparatista ou comentário de dois contos e um romance inacabado: 1. Sobre “A perfeição”, os signos distintivos e discretos que diferenciam “tradução” e modelo homérico, afastando-se do monologismo épico e parodiando-o: o riso de Mercúrio, portador da nova mensagem de liberdade (“Nova expressão da Arte”?), e a perfeição em ato da mimesis do texto primeiro; 2. Partindo de “Civilização” e relacionando o conto com A cidade e as serras, o balanço de fim-de-século e a contabilização do excesso de objetos mecânicos ou inúteis e profusão de bens que provocam a apatia, em oposição à idílica busca do paraíso perdido, onde se dá a ressurreição do homem viril e comunitário. Depois dum 1º momento, o número espreitade novo, ameaçando aumentar. Eça e sua insuspeitada tendência cabalística? (Repare-se, por exemplo, na incidência oculta do número 6).

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Referências

AUERBACH, Erich [1946]. Mimesis. La représentation de la réalité dans la littérature occidentale. Paris: Gallimard, 1968.

BARTHES, Roland [1968]. “L’effet de réel”. Littérature et réalité. Paris: Seuil/Points, 1982, p. 81-90.

CAL, Ernesto Guerra da. Linguagem e estilo de Eça de Queiroz. Trad. Helena Cidade. Lisboa: Editorial Aster, [19--].

CALVINO, Ítalo. Lezione Americane. Sei Proposte Per Il Prossimo Millennio. Milano: Arnoldo Mondadori Ed., 1993.

QUEIROZ, Eça. Obras. Porto: Lello & Irmão Editores, [19--].

Publicado
09-03-2001
Como Citar
de Santa-Cruz, M. (2001). Eça e politeísmo. Scripta, 4(8), 128-143. Recuperado de https://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/10402
Seção
Dossiê: Eça de Queirós