Cultura acústica e memória em Moçambique: as marcas indeléveis numa antropologia dos sentidos
Resumo
Neste trabalho propomo-nos abordar inicialmente o lugar ocupado pelo modelo sensorial auditivo numa Antropologia dos sentidos. Em seguida analisaremos o modo como o fenômeno da repetição setorna essencial para preservar o pensamento cuidadosamente articulado numa cultura acústica. Seguidamente trabalharemos as complexasrelações entre memória e reconstituição do passado e entre memória e poder. Finalizaremos nosso texto com uma análise das implicações da introdução da escola numa cultura acústica bem como o papel desempenhado pela escola que se afigura determinante na produção de lembranças e no processo de recordação.Downloads
Referências
ARIÉS, Philipe. A história das mentalidades. In: A nova história. Coimbra: Almedina, 1990, p. 455-479.
CARNEIRO, João Manuel & BERNSTEIN, Marcos. Central do Brasil. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.
COUTO, Mia. Vozes anoitecidas. Lisboa: Editorial Caminho, 1986.
COUTO, Mia. Terra sonâmbula. Lisboa: Editorial Caminho, 1992.
CRAVEIRINHA, José. Karingana ua Karingana. Lisboa: Edições 70, 1982.
FELICIANO, José Fialho. Prefácio. In: JUNOD, Henri A. Usos e costumes dos Bantu (Tomo 1: Vida social). Maputo: Arquivo Histórico de Moçambique (Documentos 3), 1996, p. 15-20.
GOODY, Jack. Literacy in traditional societies. London: Cambridge University Press, 1968.
GREENFIELD, Patricia. The psychology of literacy. In: Harvard education review, 53, 1983, p. 216-220.
HAVELOCK, Eric. The coming of literate communication to western culture. In: KING-TEN, E. R., KROLL, Barry M. & ROSE, M. (ed.) Perspectives on literacy. Carbondale and Edwardsville: Southern Illinoi University Press, 1988, p. 127-134.
JUNOD, Henri A. Usos e costumes dos Bantu (Tomo1: Vida social). Maputo: Arquivo Histórico de Moçambique (Documentos 3), 1996.
KING, Joyce Elaine. A passagem média revisitada: a educação para a liberdade humana e a crítica epistemológica feita pelos estudos negros. In: SILVA, Luiz Heron da, AZEVEDO, José Clóvis de, SANTOS, Edmilson Santos dos. Novos mapas culturais, novas perspectivas educacionais. Porto Alegre: Editora Sulina, 1996, p. 75-101.
LABURTHE-THOLRA, Philippe & WARNIER, Jean-Pierre. Etnologia – Antropologia. Petrópolis: Vozes, 1997.
LE GOFF, Jacques. A história nova. São Paulo: Martins Fontes, 1990.
LOPES, José de Sousa Miguel. Central do Brasil: um olhar sobre identidade, educação e transformação. In: CEAS (Centro de Estudos e Ação Social), n. 180, Salvador, mar./abr. de 1999, p. 63-71.
MATUSSE, Gilberto. A construção da imagem de moçambicanidade em José Craveirinha, Mia Couto e Ungulani Ba Ka Khosa. Dissertação de Mestrado em literaturas comparadas portuguesa e francesa (Séculos XIX E XX). Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 1993, mímeo.
MERLEAU-PONTY, M. L’Oeil et l’esprit. Les temps modernes, 18, 1961, p. 184-185.
McLUHAN, Marshall. La galaxie de Gutenberg. Paris: Gallimard, 1977.
MOURÃO, Fernando Augusto Albuquerque. A importância do fator étnico nas eleições em Moçambique. Maputo, maio de 1994 (texto mimeografado).
OLSON, David R. O mundo no papel: as implicações conceituais e cognitivas da leitura e da escrita. São Paulo: Ática, 1997.
OLSON, David R. & TORRANCE, Nancy. Cultura escrita e oralidade. São Paulo: Ática, 1995.
ONG, Walter. Orality and literacy. Nova York: Methuen, 1982.
ONG, Walter. Oralidade e cultura escrita. Campinas: Papirus, 1998.
SAID, Edward. Culture and Imperialism. Nova York: Alfred A. Knopf, 1993.
SCRIBNER, S. & COLE, M. The psycology of literacy. Cambridge, Mass., Harvard University Press, 1981.
THOMSON, Alistair, FRISCH, Michael & HAMILTON, Paula. Os debates sobre memória e história: alguns aspectos internacionais. In: FERREIRA, Marieta de Morais & AMADO, Janaína (Orgs.). Usos & abusos da História Oral. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1996, p. 65-91.
O envio de qualquer colaboração implica, automaticamente, a cessão integral dos direitos autorais à PUC Minas. Solicita-se aos autores assegurarem:
- a inexistência de conflito de interesses (relações entre autores, empresas/instituições ou indivíduos com interesse no tema abordado pelo artigo), e
- órgãos ou instituições financiadoras da pesquisa que deu origem ao artigo.
- todos os trabalhos submetidos estarão automaticamente inscritos sob uma licença creative commons do tipo "by-nc-nd/4.0".