O estatuto da linguagem n’O marinheiro de Fernando Pessoa

  • Maria Helena de Moura Neves
  • Renata Soares Junqueira
Palavras-chave: Teatro português, Teatro simbolista, Teatro moderno, Fernando Pessoa, O marinheiro, Simbolismo.

Resumo

Oobjetivo do nosso trabalho é refletir sobre o estatuto da linguagem na peça O marinheiro – única peça teatral que Fernando Pessoa publicou em vida –, escrita em 1913 segundo matrizes do teatro oitocentista, nomeadamente segundo o teatro de inspiração simbolista, que considerava a “linguagem verbal”, com a sua potencial musicalidade, como o mais importante componente do espetáculo teatral, mas também segundo a concepção vanguardista que o seu “drama em gente” revela. Algumas considerações de ordem mais puramente lingüística conduzem as reflexões sobre a natureza da linguagem para a relação com as categorias da enunciação e para interpretações inspiradas na relação entre textos.



Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABEL, Lionel. Metateatro: uma visão nova da forma dramática. Trad. de Bárbara Heliodora.

Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1968. 190p. (Trad. de: Metatheatre: a new view of dramatic form).

AGOSTINHO, Santo. Confessions. Paris: Belles Lettres, 1989. Tomo 2.

BENVENISTE, Émile. Estrutura das relações de pessoa no verbo. In: BENVENISTE, Émile. Problemas de lingüística geral. Campinas: Pontes, 1988. v. 1, p. 247-59.

CHATMAN, Seymour; LEVIN, Samuel (Eds.). Essays on the language of literature. Boston: Houghton Mifflin, 1967.

CRUZ, Duarte Ivo. O simbolismo no teatro português (1890-1990). Lisboa: ICLP, 1991. 214p. (Biblioteca Breve, 124).

DRESSLER, Wolfgang (Ed.). Current trends in textlinguistics. Berlim/New York: Walter de Gruyter, 1978. p. 133-154.

ENKVIST, Nils Erik; SPENCER, John; GREGORY, Michael. Lingüística e estilo. Trad. de W. A. Assis. São Paulo: Cultrix, Editora da Universidade de São Paulo, 1974.

FIORIN, José Luiz. As astúcias da enunciação: as categorias de pessoa, espaço e tempo. São Paulo: Ática, 1996.

FIORIN, José Luiz. As astúcias da enunciação. São Paulo: Ática, 1996. Resenhado por NEVES, Maria Helena de Moura. In: Revista Lingüística e Filologia Portuguesa, São Paulo, n. 2, p. 227-231, 1998.

FREEMAN, Donald (Ed.). Linguistice and literary style. New York: Holt, Reinhart and Winston, 1970.

HALLIDAY, Michael. A. K. The linguistic study of literary texts. In: CHATMAN, S.; LEVIN, S. R. (Eds.). Essays on the language of literature. Boston: Houghton Mifflin Co., 1967. p. 217-23.

HOMERO. Odisséia. Introdução e notas de Méderic Dufour e Jeanne Raison. Trad. Antônio Pinto de Carvalho. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1960.

JÚDICE, Nuno. A era do “Orpheu”. Lisboa: Teorema, 1986. 147p. (Terra Nostra).

LEECH, Geoffrey. “This bread I break” – Language and interpretation. In: FREEMAN, D. C. (Ed.). Linguistice and literary style. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1970. p. 119-128.

LOPES, Maria Teresa Rita. Fernando Pessoa et le drame symboliste: héritage et création. Paris: Fondation Calouste Gulbenkian, 1985.

LOURENÇO, Jorge Fazenda. Para que é preciso um nome? In: PESSOA, Fernando. Poemas escolhidos. Lisboa: Ulisseia, 1985. p. 27-90.

MARINHO, Maria de Fátima. A viagem no drama estático O Marinheiro. In: Persona, Porto, n. 9, p. 28-31, out. 1983.

NEVES, Maria Helena de Moura. A vertente grega da gramática tradicional. São Paulo/Brasília: Hucitec/FAPESP/Editora da Universidade de Brasília, 1987.

NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática funcional. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática: história, teoria e análise, ensino. São Paulo: Fundação Editora da Unesp, 2002.

OOMEM, Ursula. Linguistische Grundlagen poetischer Texte. Tübingen: Niemeyer, 1973.

PESSOA, Fernando. O Marinheiro: drama estático em um quadro. In: PESSOA, Fernando. Poemas escolhidos. Seleção e apresentação de Jorge Fazenda Lourenço. Lisboa: Ulisseia, 1985. p. 147-165. (Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses, 21)

PESSOA, Fernando. Fausto: tragédia subjectiva. Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Lisboa: Presença, 1988. 223p.

PESSOA, Fernando. Carta a Adolfo Casais Monteiro. In: PESSOA, Fernando. Poemas completos de Alberto Caeiro. Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha. Lisboa: Presença, 1994. p. 294-296. (Ler Pessoa, 1).

PIRANDELLO, Luigi. Seis personagens à procura de um autor. In: PIRANDELLO, Luigi. Teatro I. Trad. Brutus D. G. Pedreira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972. p. 1-118. (Teatro Hoje, 22). Tradução de: Sei personaggi in cerca d’autore.

REBELLO, Luiz Francisco. Omnipresença do teatro na obra de Almada Negreiros. In: REBELLO, Luiz Francisco. Fragmentos de uma dramaturgia. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1994. p. 131-146.

SPENCER, John; GREGORY, Michael. Um enfoque do estudo do estilo. In: Lingüística e estilo. Trad. W. A. Assis. São Paulo: Cultrix, Editora da Universidade de São Paulo, 1974.

WEINRICH, Harald. Tempus: besprochene und erzählte Welt. Sttutgart: Kohlhammer, 1964.

WIENOLD, G. Textlinguistic approaches to writen words of art. In: DRESSLER, Wolfgang (Ed.). Current trends in textlinguistics. Berlim/New York: Walter de Gruyter, 1978. p. 133-154.

WILSON, Edmund. O castelo de Axel: estudo sobre a literatura imaginativa de 1870 a 1930. Trad. J. P. Paes. São Paulo: Cultrix, [1985?]. 220p. (Tradução de: Axel’s castle).

Publicado
18-03-2004
Como Citar
NEVES, M. H. DE M.; JUNQUEIRA, R. S. O estatuto da linguagem n’O marinheiro de Fernando Pessoa. Scripta, v. 7, n. 14, p. 183-201, 18 mar. 2004.