As cantigas medievais e as cantigas de dito: uma leitura comparada possível

  • Maria Odete da Costa Soares Semedo INEP - Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas da Guiné-Bissau
Palavras-chave: Cantigas de amigo, Cantigas de dito, Cantigas medievais, Cantigas de mulher

Resumo

Entre as várias possibilidades de trabalho que as cantigas de dito ou de mandjuandadi oferecem, escolhi apresentar neste exercício a leitura comparada de algumas cantigas medievais portuguesas e de cantigas de dito guineenses.Trata-se de cantigas de mulheres, na sua maioria analfabetas, cujas criações nem por isso deixam de ter um lirismo próprio. Urna brevíssima abordagem do crioulo guineense é feita como forma de enquadrar o leitor no contexto linguístico das cantigas de dito, porquan­to o crioulo é o idioma de criação da maioria dessas peças da oralidade guineense aqui apresentadas. Referências à falta, à perda e à busca de completude pelo sujeito poético - mulher, moça ou donzela - são fei­tas no quadro da comparação das cantigas em análise. Na sequência da comparação, apresentam-se referências a outras cantigas de mulher, como as "chansons de toile" e as cantigas das "trobairitz". E porque a questão da tradução sempre se coloca em estudos da tradição oral, em situações de bilinguismo ou multilinguismo - neste caso, das cantigas de dito - a tradução de algumas palavras é apresentada com dois ou três sinôni­mos, todos eles significando a palavra traduzida, sempre com a intenção de rebuscar o sentido que a cantiga original transmite.

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Publicado
30-01-2017
Como Citar
SEMEDO, M. O. DA C. S. As cantigas medievais e as cantigas de dito: uma leitura comparada possível. Scripta, v. 11, n. 20, p. 57-78, 30 jan. 2017.
Seção
Artigos