A dissolução das noções de materialidade e autoria na ciberliteratura: Um olhar para a obra Fantasia breve, a palavra-espuma
Resumo
A ascensão das tecnologias computacionais se dá de modo vertiginoso e suas capacidades técnicas são cada vez mais abraçadas pelo meio social. Tomam forma atividades híbridas entre homem e máquina que também se fazem presentes nos processos criativos existentes nesses meios. As possibilidades de utilização da máquina são múltiplas e irrestritas, o que permite aos seus usuários uma liberdade criativa em produções artísticas que difere do que é tradicionalmente conhecido e reconhecido – tanto pelos leitores quanto pela crítica. No que concerne à literatura eletrônica, há uma gama de oportunidades para a criação artística, que, por vezes, resulta em uma transgressão ao que se tem mais convencionalmente estabelecido pela literatura impressa. Essa quebra da tradição ocorre em níveis variados e evoca questionamentos quanto aos critérios estabelecidos para valoração dessas obras. Desse modo, apresenta-se uma reflexão em relação aos parâmetros utilizados para qualificação dessas obras: são critérios oriundos da literatura impressa suficientes para avaliar a ciberliteratura? Diante desse contexto, o presente artigo discute, a partir da obra Fantasia breve, a palavra-espuma, do ciberpoeta português Rui Torres, conceitos de materialidade e autoria, bem como o modo como estes são ressignificados no âmbito da literatura em mídia digital.
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Referências
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