A forma atravessada na garganta: os metasonetos de Daniel Jonas e Paulo Henriques Britto

  • Roberto Bezerra de Menezes Universidade Federal de Minas Gerais
Palavras-chave: Soneto, Poesia Portuguesa, Poesia Brasileira, Modernidade, Metapoesia

Resumo

O surgimento do soneto como forma literária remonta ao século XIII, período em que, ao sul da Itália, nomeadamente a região da Sicília, era larga a influência da lírica de origem provençal. De apelo matemático, a invenção do soneto é atribuída a Giacomo da Lentini, chefe da escola siciliana do Sacro Imperador Romano Frederico II. O presente texto tem como objetivo principal a justaposição de duas poéticas, a do português Daniel Jonas e a do brasileiro Paulo Henriques Britto, de modo a fazer ressaltar as distinções no tratamento metapoético dispensado ao soneto e a outras formas que dele derivam.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Roberto Bezerra de Menezes, Universidade Federal de Minas Gerais

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Literatura Comparada pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Ceará (UFC) e doutorado em Estudos  Literários pela Universidade Federal  de  Minas  Gerais  –  UFMG. Atualmente, é bolsista de Pós-Doutorado (PNPD/CAPES) junto ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários – Pós-Lit/UFMG. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9504-5388.

Referências

AUERBACH, Erich. Introdução aos estudos literários. Tradução de José Paulo Paes. Posfácio de Marcus Mazzari. São Paulo: Cosac Naify, 2015.

BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Tradução e notas de Ivan Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Poesia. Organização de Leodegário A. de Azevedo Filho. Rio de Janeiro: Agir, 1985. (Coleção Nossos Clássicos, v. 115)

BUARQUE, Jamesson. Soneto como variação fixa formal. Revista Texto Poético, Goiânia, v. 11, n. 19, p. 41-72, 2º sem. 2015. Disponível em: http://textopoetico.emnuvens.com.br/rtp/article/view/324. Acesso em: 14 fev. 2020.

BRITTO, Paulo Henriques. Formas do nada. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

BRITTO, Paulo Henriques. Macau. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

BRITTO, Paulo Henriques. Matador de passarinho. Entrevistador: Skylab. Veiculado no Canal Brasil, no dia 08 de julho de 2013a. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Rqwzq0_FNZM. Acesso em 09 out. 2019.

BRITTO, Paulo Henriques. Mínima lírica. São Paulo: Companhia das Letras, 2013b.

BRITTO, Paulo Henriques. Tarde. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

BRITTO, Paulo Henriques. Trovar claro. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

CAMÕES, Luís de. Lírica completa II (Sonetos). 2ª ed, revista. Prefácio e notas de Maria de Lourdes Saraiva. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1980. v. 2.

CANTINHO, Maria João. Recessão crítica a Nó – Sonetos, de Daniel Jonas. Colóquio/Letras, Lisboa, n. 190, set. 2015. p. 191-194.

ELIOT, T. S. Tradição e talento individual. In: Ensaios. Tradução de Ivan Junqueira. São Paulo: Art Editora, 1989. p. 37-48.

GUERREIRO, António. Versos de puro nada. Público, Ípsilon, Lisboa, 08 ago. 2014, s.p. Disponível em: https://www.publico.pt/2014/08/08/culturaipsilon/critica/versos-de-puro-nada-1665582. Acesso em: 02 out. 2018.

JONAS, Daniel. Daniel Jonas: o antiquado que é o mais alto da poesia portuguesa. Entrevista a Joana Emídio Marques. Observador, Caderno Cultura, Lisboa, 20 abr. 2017. Disponível em: https://observador.pt/2017/04/20/daniel-jonas-o-antiquado-que-e-o-mais-alto-da-poesia-portuguesa/. Acesso em: 11 out. 2018.

JONAS, Daniel. Nó – sonetos. Porto: Assírio & Alvim, 2014.

JONAS, Daniel. Os fantasmas inquilinos. Lisboa: Cotovia, 2005.

JONAS, Daniel. Resposta ao Inquérito Poesia e Resistência (Portugal) realizado por Ana Luísa Amaral, Joana Matos Frias, Pedro Eiras e Rosa Maria Martelo. LyraCompoetics / Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, 2012. Disponível em: http://ilcml.com/inquerito-poesia-e-resistencia-portugal/. Acesso em: 28 ago. 2019.

JONAS, Daniel. Sonótono. Lisboa: Cotovia, 2007.

MEIRIM, Joana. Comentário a “Soneto não me mintas, não me inventes.”, de Daniel Jonas. Jogos florais. 27/01/2018. Disponível em: https://www.jogosflorais.com/poemas-de-agora/2018/1/27/soneto-no-me-mintas-no-me-inventes?rq=daniel%20jonas. Acesso em: 20 jun. 2019.

MILTON, John. The poems of John Milton. Edição de John Carey e Alastair Fowler. Londres: Longmans, 1968.

SANTOS, Anabela. Alumni (Daniel Jonas). Campus U.Porto, n. 1, p. 8-11, 2017. Disponível em: https://issuu.com/uporto/docs/campus_up_1/8. Acesso em: 07 out. 2019.

SARAIVA, António José. Introdução à literatura portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

SECCHIN, Antônio Carlos. Paulo Henriques Britto, desleitor de João Cabral. Estudos Avançados, São Paulo, v. 29, n. 85, p. 313-317, Dec. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142015000300020&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 12 Set. 2020.

VALÉRY, Paul. Degas dança desenho. Tradução de Christina Murachco e Célia Euvaldo. São Paulo: Cosac Naify, 2012.

VERLAINE, Paul. Art poétique/Arte poética. Tradução de Augusto de Campos. In: CAMPOS, Augusto de. O anticrítico. São Paulo: Companhia das Letras, 1986. p. 146-149.

Publicado
18-12-2020
Como Citar
MENEZES, R. B. DE. A forma atravessada na garganta: os metasonetos de Daniel Jonas e Paulo Henriques Britto. Scripta, v. 24, n. 52, p. 91-118, 18 dez. 2020.