Ver-te em “AmarElo”: ocupação ressignificada de territórios.
Resumo
Em fevereiro de 1922, nas instalações do Theatro Municipal de São Paulo, ocorreu a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno, em oposição à cultura e à arte de teor conservador. Noventa e sete anos depois, o mesmo palco, representante da elite artística paulistana, sofre uma ocupação ressignificada. Em noite histórica única, estabeleceram-se diálogos incomuns entre a Arte erudita e a Arte popular; entre o espaço da elite e a população da periferia. Em análise comparativa, estabelecemos aproximações e distanciamentos entre essas duas formas de apropriação de territórios. Aquela, pelos modernistas; essa, pelo rapper Emicida, com o lançamento do seu álbum “AmarElo”. Nesse mesmo espaço, viu-se uma São Paulo, normalmente excludente, representada por pessoas representantes da diversidade, produzindo e consumindo uma arte nacional híbrida. Para embasarmos nossas ponderações, utilizamos os seguintes conceitos: hibridismo, com base em reflexões de Canclini (1990,1997); antropofagia, conforme o olhar de Oswald de Andrade (1924, 1928), e reciclagem, em conformidade com estudos de Klucinskas e Moser (2017).
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Referências
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