Contradições e (des)alentos do existir: a modernidade poética de Marianne Moore
Resumo
Na dicção poética de Marianne Moore (1887-1972), a natureza conflitante da condição humana encontra espaço para exaltação, celebração e recolhimento audaz que serve como subterfúgio, tornando-se “centros de vida”. Nos seus versos os dramas humanos desenrolam-se entre metáforas e conotações simbólicas através de uma linguagem cifrada e impiedosamente reveladora. Dessa forma: vida e morte, materialidade e artificialidade, antropomorfização e desantropormorfização sempre recorrem a vias ímpares — pelos receptáculos indagativos de um eu lírico intenso. Assim, o arrebatamento da escrita de Moore cativa pela maneira sensível e nubilosa em detalhar o mundo; aspecto fundamental e moderno na poesia de Língua Inglesa que reclama revisão. Para tanto, a metodologia bibliográfico-documental sedimenta esta pesquisa através de leituras contextuais de poemas representativos desta poeta estadunidense que evidencia, sobretudo, que as contradições revelam em sua essência sentidos possíveis e capazes de humanizar. Para o desenvolvimento da pesquisa foram produzidas análises acerca da aplicação do elemento poético que firme o contraditório através de figuras de linguagem na poética de Marianne Moore mediando com o aporte teórico-metodológico de PAZ (2014; 2015), BOSI (1990), BRASILEIRO (2012), BIRMAN (2013), FREUD (2010), HEIDEGGER (2003) e PESSOA (1997), a fim de evidenciar reflexões dilatadas da condição humana, através das experiências de leituras de poemas escolhidos.
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Referências
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