A ecofenomenologia do Pequeno Príncipe

Palavras-chave: Filosofia Ambiental, Tonalidade Afetiva, Cativar, Habitar Poeticamente, Heidegger

Resumo

“O Pequeno Príncipe” (1943), por ter conseguido emocionar tantas pessoas e culturas se tornou o livro infantil mais popular da história, sendo traduzido para mais de 160 idiomas. Isso se deve provavelmente pelo seu modo singular de motivar uma reflexão sobre “visões de mundo” e relações, sejam elas entre pessoas humanas, não-humanas ou mesmo vegetais. Talvez, por esse motivo, a obra não seja voltada especificamente para o público infantil. Nesse artigo me concentro nos aspectos do livro que motivam a reflexão da nossa relação com a natureza. Utilizando como fundamentação conceitos da filosofia de Martin Heidegger que possibilitaram o desenvolvimento de uma ecofenomenologia, identifico como estes se verificam na obra de Antoine de Saint-Exupéry a partir da relação do Pequeno Príncipe com o mundo, do cuidado com seu pequeno planeta e de seu maravilhamento pela rosa, que é a centelha que motiva sua aventura e descoberta de experiências de mundo tão diferentes da sua, facilitando, então, a reflexão sobre nossa relação com a natureza.

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Biografia do Autor

Gabriel de Almeida de Barros, Universidade Federal do Piauí

Universidade Federal do Piauí (UFPI). Mestre em Filosofia.

Referências

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Publicado
31-10-2024
Como Citar
BARROS, G. DE A. DE. A ecofenomenologia do Pequeno Príncipe. Scripta, v. 28, n. 62, p. 161-184, 31 out. 2024.