“A mesa”, de Drummond: banquete imaginário; refeição totêmica

  • Márcia Marques de Morais PUC Minas
Palavras-chave: Poética drummondiana, narrativa mítica, antropofagia, literatura, pintura

Resumo

Este artigo pretende apresentar uma leitura do poema “A mesa” (Claro enigma, 1951), de Carlos Drummond de Andrade, sob viés psicanalítico-antropológico. Dessarte, vale-se de categorias freudianas e do mito da horda primitiva (do ponto de vista da psicanálise e da antropologia / sociologia), para interpretar como refeição totêmica a ceia imaginária que comemora, postumamente, os noventa anos do pai, convidado / convocado para o banquete, pelo eu lírico. Tal leitura, além de considerar a mediação literária do ponto de vista do conteúdo veiculado, atém-se à questão da forma do poema, estruturado em 340 versos que se sucedem, “totemicamente” verticalizados. Nesse sentido, traz à cena a questão antropofágica como recurso identitário, sobejamente “manifestada” na Semana de Arte Moderna, mas sublinha-a também como estratégia estética. Apresenta, ainda, diálogo entre a poética drummondiana e produções pictóricas da artista mineira, Yara Tupinambá, para enfatizar o diálogo interartes como outra proposta de “A Semana”.

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Biografia do Autor

Márcia Marques de Morais, PUC Minas

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo (USP). Professora de Literatura do Programa de Pós-graduação em Letras e dos cursos de Especialização e Graduação em Letras. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3952-2829.

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Publicado
28-02-2023
Como Citar
MORAIS, M. M. DE. “A mesa”, de Drummond: banquete imaginário; refeição totêmica. Scripta, v. 26, n. 58, p. 19-53, 28 fev. 2023.
Seção
Dossiê temático: Literatura e outras mídias