A palavra escrita: entre a lei e a marginalidade

  • Ivete Walty PUC Minas

Resumo

Em pesquisa sobre a literatura produzida por prisioneiros políticos e comuns, tenho procurado responder às seguintes questões: I. Como se delineia a prisão nas escritas em primeira pessoa da contemporaneidade na literatura brasileira e quebequense? II. Como se relacionam, nessas escritas, a instituição prisional e as demais instituições: Família, Escola, Igreja, Estado, face à questão da violência? III.- Como se desenha o corpo na escrita em sua relação com essa violência? IV. - Como se conjugam subjetividade e coletividade na figuração dos sujeitos narrativos envolvidos? V.- Como se associam estética, ética e política na escrita da prisão? No presente trabalho, analiso os livros Memórias de um sobrevivente, de Luís Alberto Mendes, Bienvenu dans mon cauchemar e Lettres de prison, de Marie Gagnon, observando sobretudo o papel da escrita na situação-limite entre a marginalidade e a lei.

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Biografia do Autor

Ivete Walty, PUC Minas
Pesquisadora do CNPq. Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (1972), mestrado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (1980), doutorado em Letras (Teoria Literária e Literatura Comparada) pela Universidade de São Paulo (1991) e Pós-doutorado na Universidade de Ottawa, no Canadá, onde trabalhou durante 10 meses como pesquisadora associada (2005 - 2006). Atualmente é professora adjunta da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Tem experiência na área de Letras, com ênfase na linha literatura e sociedade, atuando principalmente nos seguintes temas: identidade, alteridade, exclusão social e resistência. Além disso tem se dedicado à formação de professores de literatura/leitura a partir da questão da enunciação.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção: homo sacer II. Trad. Iraci D. Paleti. São Paulo: Boitempo, 2004.

AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2007.

ARENDT, Hannah. A condição humana. Trad. Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Trad. Lígia Vassalo. Petrópolis: Vozes, 1977.

GAGNON, Marie. Bienvenue dans mon cauchemar. Montréal: vlb éditeur, 1997.

GAGNON, Marie. Lettres de prison. Montréal: vlb éditeur, 2002.

MENDES, Luiz Alberto. Memórias de um sobrevivente. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

MENDES, Luiz Alberto. Às cegas. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

MENDES, Luiz Alberto. Confissões de um homem livre. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Trad. Mônica Costa Netto. São Paulo: Editora 34, 2009a.

RANCIÈRE, Jacques. Políticas da escrita. Trad. Raquel Ramalhete. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.

ZIZEK, Slavoj. Violência: seis reflexões laterais. Trad. Miguel Serras Pereira. São Paulo: Boitempo, 2014.

Publicado
15-06-2018
Como Citar
WALTY, I. A palavra escrita: entre a lei e a marginalidade. Scripta, v. 22, n. 44, p. 11-20, 15 jun. 2018.
Seção
Literaturas

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