https://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/issue/feedScripta2025-01-10T05:55:14-03:00Raquel Guimarãesscripta.pucminas@gmail.comOpen Journal Systems<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 1,5; margin: 0cm 0cm 0pt;">SCRIPTA - uma publicação quadrimestral do Programa de Pós-Graduação em Letras, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e Centro de Estudos Luso-afro-brasileiros da PUC Minas, classificada como A3 no QUALIS de sua área "Linguística e Literatura" (<a title="Plataforma Sucupira - CAPES-Brasil" href="https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeralPeriodicos.jsf" target="_blank" rel="noopener">Plataforma Sucupira - CAPES-Brasil</a>).<br><strong>Missão:</strong> publicar dossiês contendo artigos científicos e ensaios inéditos e de reconhecida qualidade acadêmica, além de entrevistas de interesse e resenhas de obras recentemente publicadas, produzidos por pesquisadores nacionais e estrangeiros, das áreas de Literaturas de Língua Portuguesa e Linguística.<br><strong>ISSN 1516-4039</strong><br><strong>e-ISSN 2358-3428</strong></p>https://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/35135Percursos teórico-críticos e diferentes modos de leitura das literaturas africanas de língua portuguesa2025-01-04T20:45:56-03:00Ana Mafalda Leiteanamafaldaleite@gmail.comTerezinha Taborda Moreiraterezinha.taborda@pq.cnpq.br<p>Editorial.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33659Um “bordado oculto”: O Islã na periodização literária africana.2025-01-04T20:45:57-03:00Fernanda Bianca Gonçalves Gallofedoca_gallo@hotmail.com<p>Resumo: Levando em consideração o oceano Índico enquanto uma “arena inter-regional de interação política, econômica e cultural” (Bose, 1998, p.26) na qual, desde o século VII, os processos de islamização contribuíram para a disseminação de diferentes formas de literacia no continente africano, este texto revisita criticamente a periodização literária comumente utilizada na área das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, defendendo sua ampliação a partir das contribuições levantadas, sobretudo, por Isabel Hofmeyr (2018); Chapane Mutia e Clarisse Vierke (2020, 2022) e Lizzat Bonate (2016) no que se refere ao papel do Islã nos circuitos de escrita e na produção literária.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33449Paisagens crítico-marítimas desiguais. 2025-01-04T20:45:58-03:00Elena Brugionielenab@unicamp.br<p>O Oceano Índico tem sido definido e abordado como um paradigma crítico e literário transnacional para a construção de cartografias comparativas<span class="Apple-converted-space"> </span>e multilíngue para o estudo das literaturas africanas (Hofmeyr, 2007). A pesquisa no campo dos estudos literários do Oceano Índico tem se destacado por sua ambição crítica e ousadia teórica na definição de novos conceitos e corpus, delineando definições originais para formas estéticas e literárias do mundo do Oceano Índico (Samuelson, 2017). Analisando o estado da arte deste debate, algumas questões podem ser levantadas: até que ponto o mundo literário do Índico é capaz de responder aos problemas e pontos cegos que caracterizam o campo dos estudos literários, hoje? Como observar (ou não) a estética e as formas literárias do Oceano Índico como registro paradigmático do sistema literário mundial? Este capítulo pretende ensaiar parcialmente as respostas a estas questões, abordando o Oceano Índico como uma paisagem marítima literária desigual e, por isso, esforçando-se por delinear uma seleção de formas literárias que apontem para a sua (re)composição material.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33720Museu da Revolução, de João Paulo Borges Coelho2025-01-04T20:45:59-03:00Tarik Mateus de Almeidatarikmateus11@gmail.com<p>A partir de debates conceituais em torno das recentes cartografias culturais que compõem a área das Literaturas Africanas, este artigo busca abordar possíveis enquadramentos teóricos à luz de compreender as formas narrativas abarcadas pelo romance “Museu da Revolução” (2022), de João Paulo Borges Coelho. Tendo em vista, a necessidade de se buscar outras e novas “DecliNações” (Falconi, 2021) para o estudo das Literaturas Africanas de língua portuguesa, mapeamos as recentes reflexões teóricas entorno da Literatura Comparada, discutindo o conjunto estético que “Museu da Revolução” abriga em sua estrutura. O artigo demonstra como as formas narrativas na obra se articulam a partir da dimensão “mundana” do romance em seu caráter (ir)realista, costeiro e ecocrítico, que aponta sobretudo à multiplicidade das formas de narrar o passado moçambicano por meio de estratégias discurssivas que ampliam as noções de história e ficção, por um lado, e, por outro, na convivência artística entre materialidades humanas e não-humanas. Nesse sentido, este artigo se orienta por itinerários críticos e conceituais oriundos do campo da Literatura-Mundial (world-literature), de WReC (2020); dos Estudos do Oceano Índico (Indian Ocean Studies); e também do campo das Humanidades Ambientais, Ecocrítica, na tentativa de compreender a complexidade da identidade narrativa que abarca a obra “Museu da Revolução”.</p>2025-01-04T17:56:42-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33687Religiosidade na literatura moçambicana2025-01-04T20:46:00-03:00Teresa Manjatemanjatet@gmail.com<p>O presente artigo pretende analisar nas obras moçambicanas da autoria de José Craveirinha, Paulina Chiziane (2000) e Agnaldo Bata (2023) à luz da temática e teoria da religiosidade. O termo animismo é problematizado conforme as teorias modernas de africanistas. Para o efeito visitaram-se as teorias de Mbiti (1969), Paulin Houtondji (2010), Caroline Rooney (2006) e José Castiano (2013). Estas reflexões teóricas permitem perceber as perspectivas de representação à luz das dinâmicas das teorias de religião, religiosidade e animismo. A Metodologia usada é hermenêutica, uma pesquisa de cunho bibliográfico, que trabalha na perspectiva da análise do discurso, tendo como primeiro passo leituras para a construção de toda a investigação científica. A hermenêutica não é uma mera técnica de estudo, mas um método que pode expor de modo profundo a realidade e o conhecimento. O método hermenêutico é mediador no processo de interpretação dos textos.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33709A poesia que media e resiste2025-01-04T20:46:00-03:00Carlos Kubernatcarlos.kubernat@urca.brNewton de Castro Pontesnewton.pontes@urca.brEdson Soares Martinsedson.soares@urca.br<p>O presente estudo busca, por meio da análise de três poemas da obra <em>Sangue Negro</em>, de Noémia de Sousa, investigar as relações de sentindo que se estabelecem na poesia que configuram ao poeta a capacidade de traduzir uma realidade distante a dos leitores. Para isso, recorremos ao pesquisador Nazir Ahmed Can que conceitua esse procedimento como “mediação criativa”. Além dele, as teorias de Friedrich Schiller e Theodor Adorno sobre a criação poética são fundamentais para compreendermos como Noémia de Sousa consegue, esteticamente, representar uma voz coletiva; uma individualidade que toca uma percepção universal em Moçambique; e, por fim, uma articulação entre o lírico e a sociedade através da linguagem.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/32852Revista Msaho (1952) , dança, canto e poesia2025-01-10T05:55:14-03:00Luciana Brandão Lealluciana_brandao@hotmail.com<p>Resumo: Virgílio de Lemos idealizou a primeira publicação da Revista <em>Msaho</em> (1952), que contou com contribuições de textos assinados por ele, ortônimo, por seus heterônimos, além de outros poetas e intelectuais moçambicanos. <em>Msaho</em> propõe um “ritmo novo” para a lírica moçambicana, reivindicando os valores culturais africanos, em consonância com os movimentos da negritude e do pan-africanismo. Este artigo apresenta diversos registros do poeta Virgílio de Lemos e de seus heterônimos para o projeto da Revista <em>Msaho</em> (1952). A análise aqui proposta extrapola o primeiro número publicado e apresenta ideias que motivaram a concepção desse importante projeto literário. Muitos textos (poéticos e editoriais) não foram apresentados no primeiro e único número da Revista, sendo editados, posteriormente, na Antologia <em>Jogos de Prazer</em> (2009). Esses registros contribuem para o real e amplo entendimento da importância desse empreendimento para as letras moçambicanas.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33506Configurações da modernidade em Terra sonâmbula, de Mia Couto2025-01-04T20:46:01-03:00Rayniere Felipe Alvarenga de Sousarayniere.alvarenga@gmail.comMaria Perla Araújo Moraismaria.morais1@ufmt.br<p style="font-weight: 400;">Este artigo objetiva analisar as configurações da modernidade no romance <em>Terra sonâmbula</em> (2007), de Mia Couto. Por modernidade entendemos um conjunto de processos que agrupam atitudes ligadas ao contexto histórico, político e social de países na condição de colonizadores e de colonizados, estando em evidência a realidade moçambicana reconstituída, esteticamente, por Mia Couto. Nesse caso, percebemos a manifestação das colonialidades instituídas pelo controle das narrativas, bem como as tentativas de interrupção no círculo disposto. Para o alcance da substância teórica do estudo, recorremos às leituras de Octavio Paz (1984), Michel Foucault (1987), Walter Benjamin (1989; 1936), Anthony Giddens (1991), Anatol Rosenfeld (1996) e Susan Sontag (2008). Com Nelson Maldonado-Torres (2018), expandiremos o debate conceitual para a modernidade/colonialidade e a decolonialidade – concepção necessária para o entendimento da colonialidade em territórios subjugados pelos processos de exploração e de controle do Ocidente. <em>Terra sonâmbula</em> apresenta a trajetória de personagens marcados pelas questões do período de guerras experienciado em Moçambique, dos quais destacamos a Guerra de Independência de Moçambique (1964 – 1974) e a Guerra Civil Moçambicana (1977 – 1992). Sendo capaz de perceber a modernidade pelo viés duplo, tanto como tema, quanto como traço estrutural: as narrativas atravessadas dos narradores, as guerras de libertação, o padecimento dos moçambicanos, a imbricação de diferentes formas de constituição discursiva (como a introdução dos cadernos de Kindzu) e a resistência à colonialidade são resultados obtidos por intermédio das reflexões aqui desenvolvidas. </p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33685A cinematografica híbrida de Kmêdeus2025-01-04T20:46:02-03:00Carmen Tindó Seccocarmen.tindo@gmail.com<p>Este artigo pretende analisar o filme <em>Kmêdeus, </em>do cineasta cabo-verdiano Nuno Miranda, a partir de reflexões acerca do sincretismo cultural característico de Cabo Verde e, também, da correspondência das artes recorrentes na narrativa fílmica. A intertextualidade – entre dança, música, coreografia, pintura, literatura e cinema – discute, crítica e artisticamente, a história de cabo-verdiana, ao mesmo tempo que aponta para a resistência cultural dessas ilhas atlânticas. O filme, a partir do diálogo interartístico e das ações do protagonista, um artista popular considerado “lunático” por grande parte da sociedade da cidade de Mindelo, capital da ilha cabo-verdiana de São Vicente, põe em questão o conceito de “loucura” e as heranças coloniais que ainda subsistem na história de Cabo Verde.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33746Morna e coladeira2025-01-04T20:46:02-03:00Sílvio Rodrigo de Moura Rochasilviorocha@ufv.br<p>Este artigo se propõe a um estudo comparado entre a canção cabo-verdiana <strong>Nha cancera ka tem medida</strong>, de Pedro Rodrigues, interpretada, em momentos distintos, por Cesária Évora e pelo trio Coladera, formado por músicos do Brasil, de Portugal e de Cabo Verde, e poemas cabo-verdianos de diferentes gerações que compõe o cânone daquele país. Nesse contexto, almejamos analisar a interface entre a morna, a coladeira e a poesia de Cabo Verde, especialmente pela predominância, nos textos selecionados, de um pensamento sobre a terra e a cultura nacional. Percebe-se, a partir da análise semiótica da canção (TATIT, 1997) e do seu cotejamento com os poemas, o quanto a “caboverdianização temática” (SANTILLI, 2007), explícita ou implicitamente, gesta, a partir do conteúdo, o caminho estético que os textos artísticos percorrem em Cabo Verde, seja pela língua escrita, seja pela palavra cantada. Desde os poetas ainda românticos até a morna/coladeira revisitada pelo trio musical aqui referido, passando por Jorge Barbosa e David Hopffer Almada, a semântica telúrica e a musicalidade dos textos apontam na direção da reafirmação do ritmo e da oralidade como elementos fundadores da cultura e da poesia cabo-verdiana.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33854Da Cosmopercepção ao Mulherismo2025-01-04T20:46:04-03:00Sávio Roberto Fonsêca de Freitassavioroberto1978@yahoo.com.br<p>Nossa proposta é desenvolver uma análise do livro <em>Cães à estrada e poetas à morgue</em> (2022), da escritora moçambicana Deusa d’África. Para fundamentar nossas reflexões sobre o referido corpus, vamos nos ancorar nos posicionamentos críticos de Paulina Chiziane (2013) sobre escrita moçambicana de autoria feminina, de Clenora Hudson-Weems (2020) sobre mulherismo Africana e de Oyeronké Oyewumi (2021) sobre cosmopercepção. A poesia da escritora moçambicana Deusa D’África mostra um exercício <em>continuum</em> do projeto de moçambicanidade a partir de um discurso que se organiza no feminino no sentido de territorializar uma produção literária, que fora de Maputo, ecoa ao ritmo do xitende e dissemina um mulherismo afro-moçambicano cuja agenda de discussão se volta para a condição da mulher. Para o desenvolvimento da discussão, vamos nos ater à análise dos poemas “A língua da mulher”, “A costureira” e “Querida Disney”.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33643A construção coletiva das masculinidades no conto “Nós matámos o cão tinhoso”, de Luís Bernardo Honwana2025-01-04T20:46:04-03:00Vanessa Riambau PinheiroVANESSARIAMBAU@GMAIL.COM<p>O propósito deste estudo é analisar as representações performáticas coletivas das masculinidades no conto emblemático do autor moçambicano Luís Bernardo Honwana, “Nós matámos o cão tinhoso”, texto integrante do livro homônimo publicado em 1964 e considerado o marco da prosa moderna moçambicana. Para realizar a análise das performances masculinas presentes neste conto, parto do princípio de que existe uma construção no imaginário social que define as formas de masculinidades hegemônicas (Connell) que serão performadas individualmente ou preferencialmente em grupo (Butler), geralmente baseadas na naturalização da violência e da agressividade (Welzer-Lang) como legitimação social e diferenciação do modelo feminino de comportamento (Welzer-Lang), cujas representações serão evidenciadas na análise do conto supracitado. Em consonância a Welzer-Lang, a socióloga portuguesa Sofia Aboim acredita que a (s) masculinidade (s) é observada como uma relação de dupla dominação: “a da masculinidade sobre a feminilidade e a de determinado tipo de masculinidade (hegemónica) sobre os outros.” (Aboim, 2008, p. 274). Desta forma, o estudo será desenvolvido a fim de demonstrar as diferentes formas de opressão presentes na performance heteronormativa padrão de masculinidade presentes no texto de Honwana, bem como suas consequências nas ações dos personagens analisados.</p> <p>Palavras-chave: masculinidade; coletividade; performance; Luís Bernardo Honwana; literatura moçambicana.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33375A Angola que o romance contemporâneo nos permite ouvir2025-01-04T20:46:04-03:00Adriana Cristina Aguiar Rodriguesadrianaaguiar@ufam.edu.br<p>Partindo de pesquisa desenvolvida durante o doutorado, aproprio-me, neste artigo, da obra de Ondjaki, notadamente <em>Os transparentes</em>, para desenvolver em torno dela uma leitura crítica pós-colonial. O romance, lançado em Portugal em 2012, pela Editora Caminho, e no Brasil, em 2013, pela editora Companhia das Letras, tem como pano de fundo uma Luanda pós-independente, pós-guerra civil e pós-socialista, assinalada pelas ruínas coloniais (Stoler, 2016), pela exploração desenfreada de recursos naturais, pela precarização do acesso à moradia, ao saneamento básico e a outros direitos fundamentais de classes socioeconômicas mais vulneráveis, que bem poderiam ser designadas como subcidadãs (Mamdani, 1998). Entrecortando essa temática mais aparente, a narrativa de Ondjaki contempla outros temas sensíveis que caracterizam o cenário político e cultural pós-independência, como a violência sistemática, o ataque à diversidade de vozes e ideologias, culminando no esgarçamento do projeto político democrático utópico pré-independência – como já alertava o narrador de <em>A geração da utopia</em>, de Pepetela. Assim, interesso-me, nesta análise, pelas personagens (secundárias) que modulam a relação entre voz e silenciamento, cidadania e subcidadania, a fim de refletir criticamente sobre a Angola que a literatura contemporânea nos que fazer ver e ouvir.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33617O útero da casa2025-01-04T20:46:04-03:00Naduska Palmeiranaduskam@gmail.com<p>A partir da obra <em>O útero da casa</em>, de Conceição Lima, poeta são-tomense, é possível observar o início de um projeto poético de reconstrução individual, coletivo, nacional, que perpassa, como uma obsessão, toda a obra, e cresce em desejo a cada verso. No seio (ou no útero) da casa, pode-se habitar uma sala que metaforiza a luta, a praça, pode-se locomover pela obra, sem obstáculos, no caminho plano e redondo. No entanto, tal casa é, também e ainda, sonhada, alta, sagrada, narrada fio a fio e, como poderia se esperar, inacabada – “Sonho ainda o pilar - / uma rectidão de torre, de altar/(...)/ E reinvento em cada rosto fio/a fio/as linhas inacabadas do projecto” (idem, p. 20, grifos meus). O que Conceição Lima realiza em sua obra parece-me uma trajetória inovadora para o contexto das artes literárias de São Tomé e Príncipe. Ela busca projetar, no versejar, no chão da linguagem, a terra sonhada de São Tomé e Príncipe como buscasse re-encontrar a própria Casa. Ou defrontar-se com a sua própria identidade e afetividade. Essa trajetória pode ser fruto de uma moldura histórica – que impulsionou os intelectuais das ex-colônias ao exílio (ainda que não tenha sido “forçado”, no caso da poeta) – e, de uma perspectiva ontológica – que impõe ao sujeito o ofício de permanecer e, ao mesmo tempo, partir de sua terra originária.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33668Memória dos mortos2025-01-04T20:46:05-03:00Edimilson Rodriguesem.rodrigues@ufma.br<p>O percurso de leitura ocorre através de sintéticos excertos que tangenciam a morte. Os textos selecionados, como o sudário, envolvem memórias, histórias, atrocidades em configurações variadas sobre a morte – real e como<em>vida</em> – em imagens evocadoras de escarificações coloniais. São variações em torno da morte, das lides sociais, que apresentam o texto literário como essência de vida perpetuada em arte.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33719O entrelaçar entre Brasil e Cabo Verde2025-01-04T20:46:05-03:00Mary Cristina Rodrigues Dinizmary.diniz@discente.ufma.brRita de Cássia Oliveirarc.oliveira@ufma.br<p>Este estudo visa evidenciar o pensamento afropolitano presente nos versos do poema Você, Brasil, de Jorge Barbosa (1956), tendo em vista as relações, por vezes, de semelhanças entre Brasil e Cabo Verde, país africano que, assim como os demais países do continente, obteve sua independência proclamada tardiamente. Tal situação refletiu no processo artístico e cultural do continente que buscou sua identidade e corrente filosófica de modo a se desprender da Europa. Esta pesquisa, calcada em análises bibliográficas, traz como aporte teórico, além de Mbembe (2015), Monteiro (2020) que explicam a existência de uma filosofia diferente da filosofia de centro ou colonial de dominação e apontam o resgate de uma identidade roubada e uma identidade em construção, que, em relação ao poema caboverdiano, propõe uma reflexão acerca de uma aproximação entre países focos de exploração do período colonial, como Brasil e Cabo Verde bem como a países colonizadores como Portugal, apresentando marcadamente relações culturais, o que leva a abordagem teórica de Laranjeira (1985) e Santos (1989) que discutem acerca da literatura caboverdiana, desenvolvida e cercada por aspectos europeus, assim como a brasileira, sendo que a literatura brasileira buscou sua liberdade de pensamento, de um tecer literário, apresentando a realidade do seu povo. Este trabalho ainda busca a contribuição de estudos sobre a temática e reportagens que, assim como a corrente filosófica afropolitana, ajudaram na compreensão desse emaranhado cultural.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33718Noemia, Paulina e as poéticas nos tempos2025-01-04T20:46:05-03:00Carlos Eduardo Pinto Vergueiro Filhocarloseduardo.vergueiro@gmail.com<p>Este artigo visa construir uma relação entre duas escritoras moçambicanas a partir dos textos presentes em <em>Sangue Negro</em> (2018), de Noemia de Sousa, e <em>Niketche : Uma história de poligamia</em> (2022), de Paulina Chiziane. Algumas categorias de análise foram elencadas para realizar a comparação: oralidades nos textos a partir das culturas endógenas; vozes poéticas, bem como a posição da narradora na ficção; experiência e contaminações do real no texto ficcional. O objetivo do artigo é dissertar sobre as permanências e mudanças na literatura moçambicana de autoria feminina em tempos históricos que vão do colonial ao pós-independência. O que aproxima as duas escritoras que viveram épocas diferentes? É possível uma aproximação da linguagem (ritmo, figuras, imagens, pontuações e outras) e das tópicas (lugar do feminino, liberdade, opressão, mundo do trabalho e outras) levantadas em seus respectivos textos? Como eles dialogam com os momentos históricos vividos pelas autoras e a formação da literatura moçambicana ao longo desse período? O texto será iniciado com um conjunto de questões para buscar possibilidades de contato visando a aproximação deles, bem como a integração com leitores de língua portuguesa. Por fim, nas considerações finais serão colocadas algumas hipóteses conclusivas, assim como alternativas investigativas posteriores que podem ser desdobradas.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33468Traduzir e celebrar2025-01-04T20:46:06-03:00Rosane Maria Cardosocardoso.rosanem@gmail.com<p>Resenha </p> <p>ANANAZ, Kanguimbu. <em>En las entrañas del mar/Nas entranhas do mar</em>. Trad. Larissa Gonçalves Menegassi; Ignacio Rivera Pallante. Chile: Editorial Puntángeles, 2022. 44 p. <br>ISBN: 978-956-296-204-9</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33729(In)Confidência no fundo do canto 2025-01-04T20:46:06-03:00Ianes Augusto Cái234399@dac.unicamp.br<p>Resenha.</p> <p>SEMEDO, Odete Costa. (In) Confidência. Lisboa: Editora Novembro, 2023, 300 p.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minashttps://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/33860Raízes e Ressonâncias2025-01-04T20:46:07-03:00Roberta Maria Ferreira Alvesroberta.alves@ict.ufvjm.edu.br<p>Alice Goretti de Pina é uma escritora de São Tomé e Príncipe, cuja obra se caracteriza pela profunda conexão com as raízes culturais e tradições de seu país. Nascida como a oitava filha de Alice e Protásio, Goretti Pina desenvolveu desde cedo um interesse pela literatura, que se consolidou ao longo dos anos e a levou a se tornar uma voz importante da cena literária são-tomense. Sua produção literária é variada, abrangendo desde narrativas ficcionais, poesia e literatura infantil. Em suas obras, é comum encontrar uma abordagem intimista e poética da condição humana, frequentemente permeada por temas como a identidade, a cultura e a preservação das tradições de São Tomé e Príncipe. Goretti Pina é reconhecida por sua habilidade em equilibrar a preservação da herança cultural são-tomense com uma abordagem inovadora e contemporânea, que busca dialogar com um mundo cada vez mais globalizado sem perder de vista suas origens.</p>2024-12-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Editora PUC Minas