ABORDAGEM DIAGNÓSTICA ULTRASSONOGRÁFICA E TRATAMENTO DE FRATURA DE ESCÁPULA EM EQUINO - RELATO DE CASO

  • Letícia Lorraine Vilela de Oliveira PUC Minas
  • Ana Clara Martins Silva
  • Ana Luisa Lara Vieira
  • Brenda Guerra De Almeida
  • Cahue Francisco Rosa Paz
  • Estevão Nogueira Alves
  • Joao Gabriel De Souza Carvalho
  • Larissa Da Silva Goncalves
  • Maria Eduarda Gomes Silva
  • Ricksson Felix Da Conceicao
  • Viviana Feliciana Xamier
Palavras-chave: Fratura, Escápula, Ultrassom

Resumo

INTRODUÇÃO: As fraturas escapulares geralmente são incomuns em cavalos (Auer & Fürst, 2015), sendo a maioria, fraturas do tubérculo supraglenoidal, com fraturas transversais do corpo e pescoço relatados em menor frequência (Kidd, Lamas, Henson, 2007). Essas fraturas, dependendo da raça, geralmente são causadas por processos traumáticos ou fraturas por estresse (Auer & Fürst,  2015). Essas fraturas por estresse são uma causa bem conhecida de claudicação em cavalos de corrida (Mackey et al., 1987). Embora as lesões de tecidos moles sejam a causa mais comum de claudicação envolvendo a região escápulo umeral em cavalos, a maioria dos procedimentos diagnósticos aplicados à área, como anestesia intra-articular, radiografia e artrografia, são limitados à avaliação do compartimento sinovial e ossos associados (Tnibar; Auer; Bakkali, 1999) A ultrassonografia tem contribuído significativamente para o diagnóstico das lesões, porque permite ao veterinário determinar a localização exata, quantificar sua extensão, a gravidade das lesões e também monitorizar o processo de reparação (Alves, 1998). Além de proporcionar a visualização de pequenas lesões agudas, que muitas vezes, ainda não apresentaram expressão clínica para serem diagnosticadas nos exames de rotina (Alves, 1998). O objetivo deste estudo é relatar um caso de fratura de escápula em um cavalo e descrever os achados clínicos e diagnósticos de imagem, tratamento e evolução, sendo diagnosticada através da ultrassonografia. MATERIAL E MÉTODOS: Na rotina de atendimentos clínicos e cirúrgicos do Centro de Estudos em Clínica e Cirurgia de Animais - PUC Minas - campus Betim, foi atendido um equino, SRD, de 12 anos de idade, o qual, segundo o proprietário, sofreu um trauma em um cabo de aço que fixa o poste de rede elétrica da propriedade e apresentava claudicação severa, há dois dias. No exame de inspeção, notou-se que o paciente apresentava dor à palpação no membro torácico direito proximal com resposta à abdução do membro e atrofia muscular e assimetria na margem dorsal da cartilagem escapular direita. Ao exame físico dinâmico, observou-se claudicação grave no membro torácico direito sem amplitude de movimento. Na avaliação radiográfica padrão, não foram encontradas nenhuma anormalidade, haja vista que a projeção lateral esquerda dorsal e lateral-ventral direita oblíqua foram realizadas para avaliar o corpo da escápula direita, no entanto, a formação de imagem não foi eficaz nesta região e, portanto, não foi digno de nota. Logo, foi realizada uma avaliação ultrassonográfica que detectou uma fratura na margem dorsal da cartilagem escapular (Figura 1) e um novo exame semelhante foi realizado 6 meses posteriormente e revelou consolidação completa da fratura com presença de osteófitos e calo ósseo periosteal (Figura 2). O paciente foi tratado com terapia antiinflamatória (fenilbutazona 4,4mg/kg por via oral [PO] uma vez ao dia, durante 30 dias) para controle da dor associada ao sistema musculoesquelético e 50g de Lithothamnion muelleri, Phoster Algamar Ltda - Brazil 100mg/kg por via oral [PO], durante 60 dias, o qual é um suplemento alimentar eficiente na reposição dos níveis de cálcio. RESULTADOS e DISCUSSÃO: De acordo com COTA et al., (2021) o suplemento à base de litotâneo tem potencial em melhorar a inflamação sistêmica e disfunção orgânica. Além disso, promove uma melhor qualidade no processo de deposição e reparo cicatricial ósseo. O prognóstico para fraturas do colo escapular é bom a excelente, ainda que o número de publicações sobre o manejo do colo escapular encontrados na literatura seja escasso. Ademais, a estabilidade é uma preocupação nas fraturas e, na região em questão, devido ao aumento de peso, sobretudo em cavalos adultos, a abordagem cirúrgica é dificultada (Auer, 2012). Após 6 meses, o equino foi liberado para retornar ao exercício de forma gradual e nenhuma atrofia ou assimetria dos músculos escapulares foram encontrados no exame físico realizado. A utilização da ultrassonografia foi fundamental para um preciso diagnóstico e posterior avaliação. E o tratamento conservador, mostrou-se efetivo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A ultrassonografia é uma estratégia facilmente alcançável que permite o diagnóstico de fraturas no corpo escapular em cavalos e pode, ainda, fornecer uma melhor compreensão da configuração da fratura em áreas às quais a imagem de radiografia não foi eficaz para delinear o local da lesão, provavelmente devido ao mínimo deslocamento ósseo ou por projeções radiográficas limitadas possíveis da escápula e a profundidade da musculatura sobrejacente, sobretudo em cavalos adultos.

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Publicado
23-07-2024
Como Citar
Vilela de Oliveira, L. L., Martins Silva, A. C., Lara Vieira, A. L., Guerra De Almeida , B., Rosa Paz , C. F., Nogueira Alves , E., De Souza Carvalho , J. G., Da Silva Goncalves , L., Gomes Silva , M. E., Da Conceicao , R. F., & Feliciana Xamier , V. (2024). ABORDAGEM DIAGNÓSTICA ULTRASSONOGRÁFICA E TRATAMENTO DE FRATURA DE ESCÁPULA EM EQUINO - RELATO DE CASO . Sinapse Múltipla, 13(1), 11-14. Recuperado de https://periodicos.pucminas.br/index.php/sinapsemultipla/article/view/33191