HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA PERITÔNIO-PERICÁRDICA (HDPP) EM FELINO - RELATO DE CASO

Resumo

As hérnias diafragmáticas ocorrem quando existe um defeito no músculo diafragma. Elas podem ser congênitas ou adquiridas, sendo esse último causado em sua maioria por traumas. A hérnia diafragmática peritônio-pericárdica (HDPP) é menos comum de ser encontrada na clínica cirúrgica de pequenos animais do que as hérnias diafragmáticas traumáticas e ela ocorre quando existe uma comunicação congênita entre os dois envoltórios, o peritônio (que recobre o abdome) e o saco pericárdico (que recobre o coração), ou seja, são resultantes de defeitos no desenvolvimento do diafragma, por não se desenvolver completamente, forma uma falha que conecta cavidade torácica à cavidade abdominal (FOSSUM, 2014). Esse defeito anatômico permite a migração de órgãos da cavidade abdominal para a torácica (D.D.B. Takei, M.C. Sousa, A.N.A. Moura, et al. 2021). É uma afecção que acomete cães e gatos, porém, de acordo com SARRAF (2020), são mais comuns em gatos do que em cães, principalmente felinos das raças Persas e cães da raça Weimaraner. Como o paciente portador da HDPP pode viver sem apresentar nenhum sinal clínico, o diagnóstico dessa afecção pode ser comumente um achado, secundário à alguma outra queixa, que leva a realização de raio-x torácico (D.D.B. Takei, M.C. Sousa, A.N.A. Moura, et al. 2021). O diagnóstico pode ser feito tanto por radiografia torácica quanto por ultrassonografia, sendo este um exame importante, pois é possível observar frequentemente a presença de descontinuidade do contorno diafragmático e, em algumas situações, órgãos abdominais podem ser visualizados no saco pericárdico (FOSSUM, 2014). Dessa maneira, o objetivo deste estudo foi relatar um caso de HDPP em um felino, para entender a etiologia e sinais clínicos que envolvem a afecção, levando até a correção cirúrgica.