REINE GEWALT
apontamentos para uma ética dos meios puros
Resumo
Este artigo propõe realizar uma leitura do conceito de violência pura (reine gewalt) de Walter Benjamin. Essa leitura se caracteriza por um duplo movimento. Por um lado, ela exibe a crítica benjaminiana a respeito da conexão entre direito, violência e destino e, por outro, aponta elementos possíveis para um novo horizonte ético. Ao apresentar a crítica que o filósofo alemão elaborou no texto “Para uma crítica da violência”, articulamos as suas formulações não só com outros textos de “juventude”, produzidos mais ou menos na mesma época, mas também com textos tardios. Esse procedimento permitiu mostrar como a “ética dos meios puros” evocada pela reine gewalt interrompe o “destino” que a narrativa da tradição nos transmite a fim de garantir o vínculo entre poder e violência. Mais ainda, ele ajudou a exibir e deslocar a relação entre meios e fins, pensando em um meio puro como uma categoria ética fundamental. Com ela, foi possível articular violência pura e felicidade, porque ambas as categorias suspendem a relação com a finalidade, exibindo uma medialidade sem fim.
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