O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL BRASILEIRO

Autores

  • Flávio Chaimowicz
  • Gabriel de Faria Chaimowicz

Resumo

O Brasil, assim como outros países, está em meio a uma grande transformação demográfica. Ela se iniciou artificialmente entre 1940 e 1970 com a queda da mortalidade infantil associada ao advento dos antibióticos, imunizações e terapia de reidratação oral. Com a persistência de elevadas taxas de fecundidade, a população cresceu intensamente, e surgiu uma coorte de 52 milhões de brasileiros. No período entre 1970 e 2000, mesmo sem a melhoria das condições de vida, a disponibilidade de técnicas contraceptivas e mudanças socioculturais associadas urbanização resultaram na rápida redução da fecundidade; o aumento da proporção de adultos deu então início ao envelhecimento populacional. A partir de 2000, apesar da elevada prevalência de doenças, os sobreviventes daquela extensa coorte começaram a alcançar os 60 anos. A sobremortalidade masculina desse período resultou na feminização do envelhecimento. Com o aumento da expectativa de vida dentre os próprios idosos, aqueles nascidos em 1940 começaram a alcançar os 80 anos em 2020. A maioria deles, especialmente os de baixa renda, serão altamente dependentes, pois é nessa idade que doenças crônico-degenerativas deixarão consequências. Seus filhos começam a formar uma segunda onda de idosos que, em muitas famílias, serão os únicos provedores de assistência aos pais octogenários; com elevada morbidade, menos filhos e piores condições econômicas, elevarão a proporção de idosos na população de 5% para 25% entre 2000 e 2050. Está prestes a se fechar, no entanto, a janela demográfica com a melhor oportunidade para o país se preparar para as novas demandas desta população envelhecida.

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Publicado

2022-12-26

Edição

Seção

DOSSIÊ: ENVELHECER: COMPREENSÃO, BENEFÍCIOS, CUIDADOS E DESAFIOS