DESCOLONIZAVAC:

rumo a uma vacinação contra o VÍRUS COLONIZ-EUROP-500

Autores

  • André Pereira da Costa

Palavras-chave:

Racismo; Morte; Descolonização; Redistribuição da violência.

Resumo

O texto busca problematizar o fenômeno do racismo na sociedade brasileira, fazendo uma crítica ao processo de colonização europeia, em especial, à portuguesa. Metaforicamente, o racismo é entendido como um vírus, denominado de COLONIZ-EUROP-500, cuja introdução e disseminação ocorreu no país a partir da chegada dos primeiros colonizadores no início do século XVI. Ao longo dos séculos, tal vírus provocou a morte de milhares de pessoas, desde os povos originários, como também as nações africanas, que foram sequestradas de sua pátria-mãe para serem exploradas pela escravização em terras brasileiras. Desde o primeiro contágio, se passaram 500 anos, e o vírus atingiu outros patamares, ocupando inúmeras instituições, entre elas, o Estado e a Polícia. Como consequência disso, o Brasil ocupa as primeiras posições do ranking mundial em assassinato de pessoas pobres, negras, mulheres e transgêneras. Como forma de combate ao COLONIZ-EUROP-500, propõe-se a vacinação da população pela DescolonizaVac. Tal vacina, ao ser introduzida no organismo humano, produz anticorpos que defendem todo o metabolismo do racismo, por meio de uma reação química mombaciana chamada de redistribuição da violência. Isto é, com a vacinação, as pessoas passam a criar um mecanismo de proteção/autocuidado das vítimas, bem como de confronto em relação aos opressores. Todavia, essa redistribuição deve ser entendida ainda como uma possibilidade de promoção da justiça social, ainda a ser interiorizada, por todas as pessoas passíveis de sofrer qualquer tipo de atentado que viole suas vidas. Por fim, a vacinação da população pela DescolonizaVac sinaliza a necessidade da construção de um movimento de descolonização que provoque infiltrações nas paredes do sistema colonial de modo que se rompa, vá ao chão. 

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Referências

BRASIL. Código de Trânsito Brasileiro – CTB – Lei nº 9.503, de 23 de dezembro de 1997.
CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. Acesso em: 12 jul. 2022.
LIMA, Mariana; POLITIZE. O que é epistemicídio? Disponível em: https://www.politize.com.br/o-que-e-epistemicidio/. Acesso em: 02 maio 2023.
MOMBAÇA, Jota. Rumo à uma redistribuição desobediente de gênero e anticolonial da violência. São Paulo: Fundação Bienal (32a. Bienal de São Paulo – Incerteza Viva) e OIP – oficina imaginação política, 2017.

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Publicado

2023-07-17