Tradições da oralidade e identidade em Luuanda, de José Luandino Vieira
Palavras-chave:
literatura africana. oralidade. identidadeResumo
Este trabalho pretende descrever a oralidade desenvolvida na narrativa dos contos de Luuanda, obra de José Luandino Vieira, e sua intenção de compartilhar essa mesma oralidade como forma de conservar a memória coletiva e os costumes de um povo, bem como apresentar reflexões sobre a busca de uma identidade, no processo de formação pós-colonial. As estórias de Luuanda são passadas nos Musseques, bairros periféricos, mostrando, além da pobreza, do preconceito, a busca por um sonho, por um ideal transcritos como forma questionadora de dominação do colonizador. Trabalhando a diferença cultural de forma poética conseguem levar encantamento ao leitor com situações cotidianas vividas nesse “entrelugar”, espaço onde passado, presente e futuro se difundem. O estudo foi feito a partir de pesquisas bibliográficas, onde foram consultadas as obras de Homi Bhabha, Stuart Hall e Ana Mafalda Leite, publicadas entre os anos de 1990 e 2000, sendo os mesmo realizados através da análise de conteúdo. A oralidade na narrativa é representada de modo expressivo na fala dos personagens protagonistas das estórias, nas quais o autor faz um apelo às raízes africanas comprometendo-se com as tensões políticas e sociais de sua terra natal Angola. A língua do dominador e o quimbundo, língua do grupo Bantu, misturam-se na narrativa de forma envolvente, mostrando a riqueza da África. Os contos de Luuanda retratam de forma singular e encantadora a busca pela identidade representada na figura dos personagens. Identidade ainda em processo de formação, que através dos contos surgem como denúncia à opressão da colonização, o sofrimento do povo, a imposição de uma identidade manifestada na linguagem e no cotidiano angolano. Conclui-se que os personagens representados nos contos de Luuanda apresentam uma experiência vivida infiltrada, apreendida pelos povos dos musseques e usada como instrumento revelador das tradições traídas e reformuladas, retratando a hibridização de forma singular e encantadora proporcionada pela literatura.
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