Antígona de Sófocles e Antigone de Anouilh
um só mito, duas leituras
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.1678-3425.2024v9n17p15-28Palavras-chave:
Sófocles, Justiça universal, Ditatura, Oposição, Anouilh, Pragmatismo, Idealismo, InconformismoResumo
Confrontar as peças que Sófocles e Anouilh dedicaram ao mito de Antígona corresponde a reescrever um episódio célebre, consagrado em forma trágica por uma criação genial, na Atenas do séc. V a.C., num drama humano à medida da Europa ao tempo da Segunda Guerra Mundial. No essencial, o foco desloca-se da centralidade da ação para as vivências pessoais das personagens. Mais do que o valor supremo dos grandes princípios da justiça e moral, o que Anouilh põe em causa é a tensão que surge entre as forças humanas que convivem numa sociedade, ou seja, entre duas formas antagónicas de olhar a vida: o pragmatismo masculino, encarnado em Creonte, e o puro idealismo feminino, representado em Antígona.
Downloads
Referências
ANOUILH, Jean. Antigone. Paris: Hachette, 1998.
BAÑULS OLLER, José Vicente, CRESPO ALCALÁ, Patrícia. Antígona, la génesis de un mito. In: BAÑULS OLLER, José Vicente, DE MARTINO, Francesco, MORENILLA, Carmen (eds.). El Teatro Greco-Latino y su recepción en la tradición occidental. Bari: Levante Editori, 2006, p. 15-58.
BEER, Josh. Sophocles and the tragedy of Athenian democracy. Westport, Connecticut, London: Praeger, 2004.
CALDER, William M. Sophocles political tragedy, Antigone. Greek, Roman and Byzantine Studies, vol. 9, 1968, p. 389-407.
CHESI, Giulia Maria. Antigone’s language of death and politics in the Antigone of Sophocles. Philologus, vol. 157, nº 2, 2013, p. 223-236.
CONRADIE, Pieter J. The ‘Antigone’ of Sophocles and Anouilh. A Comparison. Acta Classica, vol. 2, 1959, p. 11-26.
DEPPMAN Jed. Jean Anouilh’s Antigone. In ORMAND, Kirk (ed.). A Companion to Sophocles. Oxford: University Press, 2012, p. 523-537.
FIALHO, Maria do Céu. A Antígona de Júlio Dantas. In: MORAIS, Carlos (ed.). Máscaras Portuguesas de Antígona. Aveiro: Universidade de Aveiro, 2001, p. 71-84.
GARCÍA SOLA, María Carmen. La otra Antígona de Jean Anouilh. In: LÓPEZ, Aurora, POCIÑA, Andrés (eds.). En recuerdo de Beatriz Rabaza: comedias, tragedias y leyendas grecorromanas. Granada: Universidad de Granada, 2009, p. 251-264.
GUÉRIN, Jeanyves. Pour une lecture politique de Jean Anouilh. Études littéraires, vol. 41, n.º 1, 2010, p. 93-104.
HIGHET, Gilbert. The Classical Tradition. Greek and Roman influences on Western Literature. Oxford: University Press, 7ª edição, 1971.
INCE, Walter N. Prologue and chorus in Anouilh’s Antigone. Forum for Modern Language Studies, vol. 4, nº 3, 1968, p. 277-284.
MEE, Erin B., FOLEY, Helene. Antigone on the Contemporary World Stage. Oxford: University Press, 2011.
O’HANLON, Redmond. Metatragedy in Anouilh’s ‘Antigone’. The Modern Languages Review, vol. 75, nº 3, 1980, p. 534-546.
ROCHA PEREIRA, Maria Helena. Sófocles. Antígona. Lisboa: Gulbenkian, 9ª edição, 2010.
SIMÕES, Manuel Breda. Antígona por Jean Anouilh. Lisboa: Editorial Presença, 1965.
SINGH, Frances B. Antigone’s changed punishment: Gynaecology as penology in Sophocles’ Antigone. Australian Feminist Studies, vol. 18, nº 40, 2003, p. 7-16.
SMOLARSKI, Iren. Le mythe d’Antigone chez Sophocle et Jean Anouilh: du sacré à l’absurde. Chimères, vol. 14, nº 2, 1981, p. 47-56.
SPINGLER, Michael. Anouilh’s little Antigone: Tragedy, theatricalism, and the romantic self. Comparative drama, vol. 8, nº 3, 1974, p. 228-238.
TAQUIN, Véronique. Antigone de Jean Anouilh. Paris: Hachette, 1998.
TIEFENBRUN, Susan W. On civil disobedience, jurisprudence, feminism and the law in the Antigones of Sophocles and Anouilh. Law & Literature, vol. 11, nº 1, 1999, p. 35-51.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Maria de Fátima Silva

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.