Narrativas do sertão
identidade, violência e gênero em Diadorim
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.1678-3425.2025v10n19p223-233Palavras-chave:
Diadorim, Gênero, performatividade, sertãoResumo
Este artigo analisa a personagem Diadorim, em Grande Sertão: Veredas, como figura que desestabiliza os discursos normativos sobre o feminino. Partindo das contribuições de Beauvoir, Butler, Irigaray e Oyěwùmí, argumenta-se que tanto a ficção quanto a história evidenciam a mulher como sujeito interditado pela linguagem e reconfigurado por processos de apagamento. Diadorim, em especial, é lida como corpo silenciado que só pode existir no sertão ao negar-se enquanto mulher, mas que, paradoxalmente, sustenta a narrativa de Riobaldo e expõe a fragilidade das categorias patriarcais de gênero. A pesquisa segue uma abordagem qualitativa, de caráter bibliográfico e interpretativo, fundamentada na análise crítica da obra de Guimarães Rosa e de biografias históricas, aliada à reflexão teórica de autoras e autores dos estudos de gênero e linguagem.
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