Narrativas do sertão

identidade, violência e gênero em Diadorim

Autores

  • Sofia Rocha A. Gontijo Mestranda em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.1678-3425.2025v10n19p223-233

Palavras-chave:

Diadorim, Gênero, performatividade, sertão

Resumo

Este artigo analisa a personagem Diadorim, em Grande Sertão: Veredas, como figura que desestabiliza os discursos normativos sobre o feminino. Partindo das contribuições de Beauvoir, Butler, Irigaray e Oyěwùmí, argumenta-se que tanto a ficção quanto a história evidenciam a mulher como sujeito interditado pela linguagem e reconfigurado por processos de apagamento. Diadorim, em especial, é lida como corpo silenciado que só pode existir no sertão ao negar-se enquanto mulher, mas que, paradoxalmente, sustenta a narrativa de Riobaldo e expõe a fragilidade das categorias patriarcais de gênero. A pesquisa segue uma abordagem qualitativa, de caráter bibliográfico e interpretativo, fundamentada na análise crítica da obra de Guimarães Rosa e de biografias históricas, aliada à reflexão teórica de autoras e autores dos estudos de gênero e linguagem.

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Publicado

2025-10-23

Como Citar

GONTIJO, Sofia Rocha A. Narrativas do sertão: identidade, violência e gênero em Diadorim . Virtuajus, Belo Horizonte, v. 10, n. 19, p. 223–233, 2025. DOI: 10.5752/P.1678-3425.2025v10n19p223-233. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/virtuajus/article/view/36899. Acesso em: 12 nov. 2025.

Edição

Seção

Dossiê Direitos Constitucionais e Soberania