A lei nº 5692/71 e representações da infância: percepções e expectativas em relação à criança na reforma de ensino de 1º grau
Resumo
O objetivo deste trabalho é perceber algumas representações de infância presentes em propostas educacionais, a partir da lei nº 5692/71, no ensino de 1º grau, tendo como principal foco o Instituto de Educação do Paraná (IEP). As fontes utilizadas foram documentos elaborados a partir da lei e materiais do próprio IEP, como plano de implantação, boletins informativos, entre outros. Os conceitos para análise das fontes foram o de representação e o de apropriação, advindos dos estudos de Chartier (2002). Além disso, autores como Siqueira (2018), Veiga (2007), Cordeiro (2015), Anjos (2015) e Gouvea (2008) formaram o referencial teórico deste estudo. O trabalho está dividido em duas seções, sendo que a primeira versa sobre representações de infância presentes nos documentos mencionados e a percepção do que se esperava da criança inserida na escola, e a segunda analisa em quais fundamentos filosóficos e psicopedagógicos a lei estava embasada, assim como as apropriações feitas pelo IEP em relação a essas fundamentações. Como resultados do trabalho, a representação da infância revelou-se mais ligada a uma projeção para o adulto futuro, atrelada a uma concepção de meritocracia, na qual a educação e a obtenção de sucesso na vida escolar são reservadas aos “mais capazes”.
Referências
ANJOS, Juarez José Tuchinski. Pais e filhos na Província do Paraná: uma história da educação da criança pela família. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Paraná, 2015. Disponível em: < https://www.capes.gov.br/images/stories/download/pct/2016/Teses-Premiadas/Educacao-Juarez-Jose-Tuchinski-Anjos.PDF> Acesso em: 10 de março de 2020.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
CHARTIER, Roger. Escutar os mortos com os olhos. Estudos Avançados, n. 24 (69), p. 7-30, 2010.
CORDEIRO, Andréa Bezerra. Luz e Caminho aos Pequenos: os primeiros Congressos Americanos da Criança e a Panamericanização dos saberes sobre a infância (1916 a 1922). Tese (Doutorado em Educação). Universidade Federal do Paraná, 2015. Disponível em: < https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/38203> Acesso em: 1 de março de 2020.
FEBVRE, Lucien. Face ao vento. Manifesto dos Anais Novos (1946). In: MOTA, C. G. (org.). História. Lucien Febvre. São Paulo: Ática, 1978. p.182.
GOUVEA, Maria Cristina Soares de. A escrita da história da infância : periodização e fontes. IN : SARMENTO, Manuel ; GOUVEA, Maria Cristina Soares de (orgs.). Estudos da Infância: educação e práticas sociais. São Paulo: Vozes, 2008, p. 97-118.
RIZZINI, Irene. O século perdido: raízes históricas das políticas públicas para a Infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 2008.
SIQUEIRA, Adriele. Discursos sobre a infância em fotografias pós-morte e tumulares - Ponta Grossa (1920 - 1965). 151 f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem), Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2018. Disponível em: < https://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2523> Acesso em: 25 de fevereiro de 2020.
VEIGA, G. Cynthia. Monopolização do ensino pelo Estado e a produção da infância escolarizada. X Simpósio Internacional Processo civilizador. Campinas, SP, 2007
Copyright (c) 2020 Cadernos de História

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Submeto(emos) o trabalho apresentado, texto original, à avaliação da revista Cadernos de História, e concordo(amos) que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade exclusiva da Editora PUC Minas, sendo vedada qualquer reprodução total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação impresso ou eletrônico, sem que a necessária e prévia autorização seja solicitada por escrito e obtida junto à Editora. Declaro ainda que não existe conflito de interesse entre o tema abordado e o(s) autor(es), empresas, instituições ou indivíduos.
I (We) submit the presented article, original text, to the evaluation of the History Journals, and agree that its referring copyrights shall become the exclusive property of the PUC Minas Publishing House, with any reproduction, either in full or in part, being forbidden in any other form or means of printed or electronic communication without the request for prior necessary written authorization to be obtained from the said Publishing House. I (We) also declare that there is no conflict of interests between the subject matter and the author (s), companies, institutions or individuals.