VIDAS EM MOVIMENTO E DESLOCAMENTOS DA CLÍNICA: EXPERIÊNCIAS E PRÁTICAS GESTÁLTICAS COM PESSOAS EM SITUAÇÃO DE REFÚGIO
Resumo
A proposta desse artigo é discutir os desdobramentos de uma pesquisa-intervenção, “Vidas em movimento: refugiados, sofrimento psíquico e reinvenções do cotidiano – um estudo na abordagem gestáltica em articulação com a teoria ator-rede” desenvolvida numa universidade pública do Rio de Janeiro na qual acompanhamos o fenômeno das migrações a partir do atendimento e acolhimento psicológico a pessoas em situação de refúgio. Inspiradas na clínica gestáltica, buscamos arranjos possíveis para um cuidado integrado que considere as singularidades e peculiaridades das diferentes culturas e situações que acolhemos. Nesse sentido, desenvolvemos o que chamamos de uma clínica do possível e das possibilidades, ajustando enquadres e modos de intervir que favoreça o processo psicoterápico considerando as circunstâncias do refúgio, bem como criamos dispositivos de cuidado que ampliem nosso alcance de atuação. Os impactos desse trabalho incidem tanto nas pessoas atendidas quanto nos estagiários de psicologia em formação, fazendo desta uma experiência coletiva de construção do conhecimento, aprendizados e prática de cuidado.
Downloads
Referências
AMATUZZI, M. M. Por uma psicologia mais humana. Campinas: Editora Alínea, 2001.
ANTUNES, J. A. P. Refugiados e saúde mental: acolher, compreender e tratar.
Psicologia, saúde e doenças, v. 18, n. 1, p. 115-130, 2017.
BORGES, L. M.; JIBRIN, M.; BARROS, A. F. O. Clínica intercultural: a escuta da diferen-ça.
Contextos clínicos, v. 8, n. 2, p.186- 192, 2015. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822015000200008. Acesso em: 19 fev. 2021.
CHAUVENET, A.; DESPRET, V.; LEMARIE, J-M. Clinique de la reconstrution. Paris: L‘Harmattan, 1996.
DESPRET, V. Leitura Etnopsicológica do Segredo. Fractal – Revista de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 23, n. 1, p. 5-28, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/fractal/a/PrCzqTS6tPt4W6Fjbw8Zqzq/abstract/?lang=pt. Acesso em: 12 fev. 2021.
D`OCO, L. V. M.; DIAS, M. T. G. Direitos Humanos, migração e refúgio: Temas pertinentes para a profissão de Serviço Social. Emancipação, Ponta Grossa, v. 16, n. 1, p. 23-44, 2016. Disponível em: https://revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/view/8911. Acesso em: 20 out. 2021.
FERREIRA, A. P. Migração, rupturas psíquicas e espaços terapêuticos. Revista de Psicologia, USP, v. 26, n. 3, p. 193-198, 2015. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/102388. Acesso em: 23 jun. 2021.
GALEANO, E. Es tiempo de vivir sin miedo. Vídeo pulicado em 13 de julho de 2012 no YouTube. 9,02 min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=gujK5WEVG8g . Acesso em: 15 nov. 2014.
HARAWAY, D. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, v. 5, n. 1, p. 7-41, 1995.
JULIANO, J. C. A arte de restaurar histórias. São Paulo: Summus, 1999.
LATOUR, B. Reensamblar lo Social: una introducción a la teoría del actor-red. Buenos Aires: Manantial, 2008.
LUSSI, C. Políticas públicas e desigualdades na migração e refúgio. Revista de Psicologia, USP, v. 26, n. 2, p. 133-144, 2015. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/102377. Acesso em: 05 jul. 2021.
MOL, A. The logical of care: Health and the problem of patient choice. London: Routledge, 2008.
MORAES, M. PesquisarCOM: política ontológica e deficiência visual. In: MORAES, M.; KASTRUP, V. (orgs.). Exercícios de ver e não ver: arte e pesquisa com pessoas com deficiên-cia visual. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2010. p. 26-51.
PATARRA, N. L. Migrações internacionais de e para o Brasil Contemporâneo: Volumes, flu-xos, significados e política. São Paulo em Perspectiva, v. 19, n. 3, p. 23-33, 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/spp/a/CzHCXvFvRzrh6nQ899xvzqK/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 10 out. 2020.
PERLS, F. A abordagem gestáltica e a testemunha ocular da terapia. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
PERLS, F.; HEFFERLINE, R.; GOODMAN, P. Gestalt-Terapia. São Paulo, SP: Summus Editorial, 1997.
PRESTRELO, E. T.; ARAUJO, E. S.; MORAES, M.; MARQUES, L. “Ouvir é como a chu-va” – o apoio psicológico como parte da formação em psicologia. Revista Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João Del-Rei, v. 1, n. 11, p. 86-99, 2016. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-89082016000100008. Acesso em: 01 jan. 2021.
PRESTRELO, E.; QUADROS, L. Abordagem gestáltica: um resgate da dimensão sensível do humano. Revista Estudos e Pesquisa em Psicologia, UERJ, n. 1, p. 10-15, 2009.
QUADROS, L. C. T. O cotidiano de uma Gestalt-terapeuta: a clínica dos pequenos aconteci-mentos. In: Prestrelo, E. T; L. C. T. Quadros (Orgs.). O tempo e a Escuta da Vida: configura-ções gestálticas e práticas contemporâneas. Rio de Janeiro: Quartet, 2014. p. 37-50.
QUADROS, L. C. T.; MORAES, M. O. Polifonia de uma experiência no ESOCITE. Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João del Rei, v. 11, n. 1, p. 4-7, 2016.
QUADROS, L. C. T.; PRESTRELO, E. T. Nas trilhas do cuidado: A afirmação da dimensão sensível da experiência na abordagem gestáltica. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 19, n. 4, p. 864-879, 2019. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812019000400002. Acesso em: 15 out. 2021.
Copyright (c) 2022 Laura Cristina de Toledo Quadros, Nicole Velloso de Oliveira, Gabriela Nery Reynaud Schaefer

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de publicação inicial, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons CC BY 4.0, e pelos direitos de publicação. Os autores podem publicar seus trabalhos on-line em repositórios institucionais / disciplinares ou nos seus próprios sites.