TRAUMATISMO NOS DENTES DECÍDUOS ANTERIORES: ESTUDO LONGITUDINAL RETROSPECTIVO COM DURAÇÃO DE 8 ANOS
Resumo
O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência das seqüelas nos dentes permanentes anteriores após trauma
nos antecessores e verificar a existência de associação entre seqüelas nos dentes permanentes e tipos de traumatismo nos seus antecessores, considerando a faixa etária na época do trauma. Foi realizado em pacientes da Clínica de Odontopediatria da UERJ, avaliando-se os dados contidos em 307 prontuários de crianças que procuraram atendimento. A amostra coletada foi de 753 dentes decíduos anteriores traumatizados de crianças de 0 a 10 anos de idade. O número de meninos e meninas com traumatismo dentário correspondeu a 55,0% e 45,0%, respectivamente. A faixa etária mais afetada foi de 1 a 4 anos (75,3%). As quedas (82,7%) foram o principal fator etiológico dos traumatismos nos dentes decíduos e os traumatismos mais comuns foram luxação intrusiva (29.3%) e avulsão (14,1%). Na dentição permanente as alterações decorrentes de traumatismos nos antecessores mais observadas foram: alteração de cor e/ou hipoplasia de esmalte (48,3%) e alteração de irrupção (17,0%). Não foi observada associação entre seqüelas nos dentes permanentes e tipos de traumatismo nos seus antecessores, nem na faixa etária de 0 a 5 anos (p=0,99), nem na de 6 a 10 anos (p=0,01). Concluiu-se que a alteração de cor e/ou hipoplasia do esmalte (48,3%) foi a seqüela pós-traumatismo nos antecessores mais prevalente na dentição permanente. Verificou-se também que não houve associação estatisticamente significativa entre ocorrência de seqüelas nos dentes permanentes e tipo de traumatismo no seu antecessor nas faixas etárias estudadas.
Descritores
- Trauma dentário, dentição decídua, odontogênese, seqüelas.