A PERPLEXIDADE DOS JUÍZES TORNA-SE A OPORTUNIDADE DO ACADÊMICO
Palavras-chave:
Direito, Literatura, Civil LawResumo
Benjamin Cardozo, um grande defensor do conceito da unidade de forma e conteúdo no direito e na literatura, uma vez escreveu que "[a] perplexidade dos juízes se torna a oportunidade do acadêmico". A observação de Cardozo endossa minha contribuição sobre as narrativas no direito nesta edição especial sobre pluralidades no direito, em decorrência da inter-relação entre o direito na teoria e o direito na prática. Minha experiência como juíza e como acadêmica em ambos os campos do direito e literatura, e do direito e humanidades, permite-me fornecer um ponto de vista único. Este artigo argumenta o seguinte: primeiro, "narrar já é explicar" como escreveu Paul Ricoeur; a maneira pela qual os fatos de um caso são narrados, em grande parte, determina o resultado desse caso, portanto, os juristas precisam desenvolver e valorizar o conhecimento narrativo. Em segundo lugar, os juristas devem ser imaginativos sobre o direito e as pessoas cujos destinos eles determinam quando usam a linguagem para traduzir fatos brutos para a realidade da narrativa jurídica. Em terceiro lugar, este artigo investiga e responde criticamente aos vários pontos de vista de teóricos literários sobre narrativa e narratologia, explicando quais elementos podem ser frutiferamente incorporados a uma narratologia do direito. Defendo que os juristas, ao mesmo tempo que atuam como autores e leitores de narrativas jurídicas, muitas vezes ignoram o que a teoria literária e as humanidades geralmente têm a oferecer à prática jurídica, que é destacar pontos de desentendimentos interdisciplinares nas discussões literário-jurídicas. Aqui, também, as oportunidades acadêmicas permanecem para serem apreendidas possibilitando mais esclarecimentos e elaboração teórica do vínculo do direito e da narrativa.
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