FRANCIS BACON:
ANTICICERONIANO, PERSONIFICAÇÃO DO ANTICLASSICISMO E ANTI-HUMANISTA?
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2023v1nesp1p40-55Palavras-chave:
Bacon, anticiceronianismo, anticlassicismo, anti-humanismoResumo
Francis Bacon foi interpretado ao longo da história da filosofia de diferentes formas. Ora tomando passagens isoladas, ora descontextualizadas, ele foi alvo de interpretações equivocadas por parte de alguns teóricos como Neil Rhodes, Charles Webster, Anthony Quinton, Douglas Bush, Joseph Loewenstein, Anthony Grafton, entre outros, os quais acusam-no de: anticiceronianismo, representante do anticlassicismo, e, em última instância, anti-humanista. Ora, o objetivo deste artigo é analisar e situar adequadamente uma passagem baconiana própria d’O progresso do conhecimento, no sentido de demonstrar que tais premissas não se sustentam. Pois, o trecho da obra em revista não tem como escopo atacar a tradição humanista. Pelo contrário, concerne a uma discussão muito específica sobre o problema da imitatio, da excessiva imitação do estilo de Cícero, em especial da retórica, e, portanto, integra um episódio ou debate bastante delimitado e enfrentado por um seguimento da tradição ciceroniana do final do Seiscento, do qual, por razões que no desdobramento do texto ficam claras, Bacon teve interesse em participar.
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