FRANCIS BACON:

ANTICICERONIANO, PERSONIFICAÇÃO DO ANTICLASSICISMO E ANTI-HUMANISTA?

Autores

  • José Sandro Santos Hora

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2023v1nesp1p40-55

Palavras-chave:

Bacon, anticiceronianismo, anticlassicismo, anti-humanismo

Resumo

Francis Bacon foi interpretado ao longo da história da filosofia de diferentes formas. Ora tomando passagens isoladas, ora descontextualizadas, ele foi alvo de interpretações equivocadas por parte de alguns teóricos como Neil Rhodes, Charles Webster, Anthony Quinton, Douglas Bush, Joseph Loewenstein, Anthony Grafton, entre outros, os quais acusam-no de: anticiceronianismo, representante do anticlassicismo, e, em última instância, anti-humanista. Ora, o objetivo deste artigo é analisar e situar adequadamente uma passagem baconiana própria d’O progresso do conhecimento, no sentido de demonstrar que tais premissas não se sustentam. Pois, o trecho da obra em revista não tem como escopo atacar a tradição humanista. Pelo contrário, concerne a uma discussão muito específica sobre o problema da imitatio, da excessiva imitação do estilo de Cícero, em especial da retórica, e, portanto, integra um episódio ou debate bastante delimitado e enfrentado por um seguimento da tradição ciceroniana do final do Seiscento, do qual, por razões que no desdobramento do texto ficam claras, Bacon teve interesse em participar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Sandro Santos Hora

Doutor em Filosofia (2023) pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia PPGF/UFS e Professor da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEDUC) de Sergipe. Email: sandro.cesad@gmail.com.

Referências

BACON, Francis (2007). O Progresso do Conhecimento. Tradução Raul Fiker. São Paulo: Unesp.

BULLOCK, Alan. La tradición humanista em occidente. Madrid: Alianza Editorial S.A., 1989. Baixado do site: https://pt.scribd.com/doc/274240556/Tradicion-humanista-en-occidente

DUBOIS, Claude-Gilbert. O imaginário da Renascença. Tradução de Sérgio Bath. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1995.

HORA, José Sandro Santos. A ‘Natureza’ em Bacon e a Recepção da sua Filosofia nas Discussões Ambientais. Porto Alegre: Redes Editora, 2015.

JONAS, Hans. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Tradução Marijane Lisboa, Luiz Barros Montez. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006.

NASCIMENTO, Christian Lindberg Lopes do. John Locke e a formação moral da criança. Maceió, AL: Editora Café com Sociologia, 2020.

ROSSI, Paolo. Naufrágios sem espectador: a ideia de progresso. Tradução, Álvaro Lorencini. São Paulo: Editora UNESP, 2000.

SPANG, Michael. Ciência, religião e utopia – a sociedade ideal na Nova Atlântida de Francis Bacon. Veritas, Porto Alegre, v. 46. n. 2., pp. 275-293. (2021). Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/veritas/article/view/35009/18346

VARVIS, Stephen. Humanism and the Scientific Revolution: Bacon's Rejection of Aristotle. Comitatus, 14 (1983): pp. 59-79. Disponível em: Humanism and the Scientific Revolution: Bacon's Rejection of Aristotle (escholarship.org)

VICKERS, Brian (2003). The myth of Francis Bacon’s ‘anti-humanism’. In: Humanism and Early Modern Philosophy. Ogs. KRAYE, Jill; STONE, M.W.F. London studies in the history of philosophy. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://library.mibckerala.org/lms_frame/eBook/Kraye-Stone%20-20Humanism%20and%20Early%20Modern%20Philosophy%20(Routledge).pdf

Downloads

Publicado

2023-11-25

Como Citar

Hora, J. S. S. . (2023). FRANCIS BACON: : ANTICICERONIANO, PERSONIFICAÇÃO DO ANTICLASSICISMO E ANTI-HUMANISTA?. Sapere Aude, 1(1), 40–55. https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2023v1nesp1p40-55

Edição

Seção

ARTIGOS/ARTICLES: DOSSIÊ/DOSSIER