CENSURA LITERÁRIA, FILOSÓFICA E MORAL:
O L’AFFAIRE SADE
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2023v1nesp1p166-179Palavras-chave:
sade, filosofia, literatura, censura, moralResumo
Aconselhado por André Breton, Jean-Jacques Pauvert descobriu e teve vontade de publicar a obra de Sade, pois a leitura dos escritos do marquês era de difícil acesso e as únicas edições disponíveis eram clandestinas. Entendendo que Sade possui lugar único na literatura, Pauvert toma à frente da edição de suas obras completas a fim de torna-las acessíveis com o nome do autor estampado, tirando-o da clandestinidade. Contudo, é intimado a comparecer e depor na Justiça Francesa para responder a um processo de atentado contra a moral e, em sua defesa, testemunhos como os de Breton, Bataille, Paulhan e do próprio Breton mostraram a relevância da obra de Sade para um conhecimento mais apurado do corpo e da condição humana. Nesse sentido, tentaremos mostrar que o L’Affaire Sade aponta para um dilema ainda bem atual: a censura e cancelamento de obras que sequer foram lidas, porém, condenadas sumariamente por julgamentos moralistas a priori.
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