A AMBIGUIDADE E A GENEROSIDADE
Categorias da relação escritor-leitor em Sartre e Beauvoir
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2024v15n29p321-334Keywords:
Literatura Engajada., Sartre, Ambiguidade, Simone de Beauvoir, LiberdadeAbstract
Como a literatura pode vincular-se à fenomenologia existencial? O afinco em palavrear o singular e o universal, o dito e o não-dito, em apelo à liberdade de outrem configura um projeto em comum entre Sartre e Beauvoir. O primeiro, desde Que é a Literatura? observa a generosidade constituinte na relação dialética entre o leitor-proseador a partir da literatura engajada que se ergue em uma simbiose, em um ato de desvendar a si próprio no instante do desvendamento de mundo; por outro lado, a filósofa existencialista lança termo do romance metafísico desde Literatura e Metafísica como aquele que encarna a ambiguidade da realidade humana, ou seja, em uma implicação ética. Sua discussão é orientada pelas bases de Por uma moral da ambiguidade. Para tanto, o objetivo desse texto é apresentar as noções de generosidade e engajamento em Sartre; descrever a literatura pelas óticas de Beauvoir a partir da ambiguidade, do romance metafísico, da alteridade; e por fim, demonstrar os pontos de diálogo e de convergência entre essas duas chaves de leitura de verve existencialista.
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