SUBVERSÃO, DESORDEM E O NOVO PRINCÍPIO DO TEMPO EM DELEUZE

Autores

  • Leandro Lelis Matos Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2024v15n30p1059-1080

Palavras-chave:

Deleuze, Tempo, Repetição, Subjetividade, Fundamento

Resumo

O propósito deste artigo é investigar como Deleuze propõe uma reconfiguração da fundação e do fundamento do tempo, a fim de alcançar o sem-fundo (sans-fond) como novo princípio do tempo. Para tanto, o texto irá explorar o segundo capítulo de Diferença e repetição, intitulado “A repetição para si mesma”, e alguns momentos de Lógica do sentido, obras nas quais encontram-se as discussões mais relevantes para a presente proposta acerca da questão do tempo. Essa nova concepção de tempo trazida por Deleuze instaura uma perspectiva na qual o tempo deixa de ser concebido por momentos sucessivos para ser pensado nos termos de um presente empírico, que vai dos corpos a um incorporal, de um passado transcendental e de um futuro enquanto criação. Nesse sentido, analisaremos quais os impactos que a noção de “tempo puro” provocará no sujeito, e as principais alianças de Deleuze para a discussão acerca do tempo serão as com os estoicos, com Hölderlin, com Blanchot e com Nietzsche, pois eles conferem os elementos necessários para o nosso autor elaborar uma concepção de tempo cujo fundamento encontra-se no novo, implicando conceitos como devir, acontecimento e ritornelo, este elaborado em Mil platôs.

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Biografia do Autor

Leandro Lelis Matos, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutor em Filosofia pela UFMG, mestrado em Filosofia pela mesma Universidade. Graduação em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará. Professor de Filosofia no Instituto Federal da Paraíba. E-mail: leandrolelism@gmail.com

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Publicado

2024-12-25

Como Citar

Matos, L. L. . (2024). SUBVERSÃO, DESORDEM E O NOVO PRINCÍPIO DO TEMPO EM DELEUZE. Sapere Aude, 15(30), 1059–1080. https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2024v15n30p1059-1080