SUBVERSÃO, DESORDEM E O NOVO PRINCÍPIO DO TEMPO EM DELEUZE
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2024v15n30p1059-1080Palavras-chave:
Deleuze, Tempo, Repetição, Subjetividade, FundamentoResumo
O propósito deste artigo é investigar como Deleuze propõe uma reconfiguração da fundação e do fundamento do tempo, a fim de alcançar o sem-fundo (sans-fond) como novo princípio do tempo. Para tanto, o texto irá explorar o segundo capítulo de Diferença e repetição, intitulado “A repetição para si mesma”, e alguns momentos de Lógica do sentido, obras nas quais encontram-se as discussões mais relevantes para a presente proposta acerca da questão do tempo. Essa nova concepção de tempo trazida por Deleuze instaura uma perspectiva na qual o tempo deixa de ser concebido por momentos sucessivos para ser pensado nos termos de um presente empírico, que vai dos corpos a um incorporal, de um passado transcendental e de um futuro enquanto criação. Nesse sentido, analisaremos quais os impactos que a noção de “tempo puro” provocará no sujeito, e as principais alianças de Deleuze para a discussão acerca do tempo serão as com os estoicos, com Hölderlin, com Blanchot e com Nietzsche, pois eles conferem os elementos necessários para o nosso autor elaborar uma concepção de tempo cujo fundamento encontra-se no novo, implicando conceitos como devir, acontecimento e ritornelo, este elaborado em Mil platôs.
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