ALTEROCÍDIO
uma análise sobre a destruição do outro como fundamento do necropoder
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2025v16n31p332-342Palavras-chave:
alterocídio, violência, necropoder, Achille Mbembe, reconhecimentoResumo
O presente artigo visa analisar, à luz da filosofia política de Achille Mbembe, como a dinâmica da alteridade é cadenciada pelos parâmetros modernos e coloniais que, não só fabricam o outro como não ser, mas justificam as múltiplas violências direcionadas às presenças políticas posicionadas à distância da norma racial. É importante destacar que a necropolítica demarca — com a implementação generalizada de tecnologias de terror — quem deve morrer, o corpo desumanizado e apresentado como um farrapo humano, a fim de que se justifiquem as exclusões que se confundem com a modernidade. A denúncia de Achille Mbembe em relação ao alterocídio, ou seja, a composição de relações que antecipam a execução do outro, em detrimento do seu reconhecimento, nos leva a uma reflexão ética que requer uma análise aprofundada das molduras criadas para assegurar (ou não) o reconhecimento do outro como sujeito.
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Referências
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