INTERPRETAÇÕES DA RELAÇÃO DE SAPIÊNCIA TEORÉTICA E SABEDORIA PRÁTICA NO LIVRO VI DA ÉTICA A NICÔMACO
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2025v16n31p363-383Palavras-chave:
sabedoria prática, teoria, Aristóteles, bem, razãoResumo
Este trabalho buscará indicar o caminho histórico e os fundamentos das noções de sapiência e sabedoria prática no Livro VI da Ética a Nicômaco de Aristóteles, no qual os usos teorético e prático da razão foram distinguidos e ordenados sob a primazia do primeiro e com harmonia entre eles na Grécia clássica, e daí em diante seguem a exercer influência sobre o pensamento ocidental. Buscaremos demonstrar que o sentido dessa distinção, no conjunto das obras de Aristóteles, não se pode confundir com as distintas hipóteses hermenêuticas e críticas que até nossos dias se formulam a seu respeito. Este trabalho tentará refutar a polêmica tese hermenêutica da objeção aristotélica à filosofia de Platão, por ser contrária à evidência textual da recepção de muitas instâncias do Platonismo na Ética de Aristóteles. Apontar-se-ão as ordens de fundamentação dos conceitos de sabedoria e razão práticas: a antropologia dos elementos da alma, dos tipos de caráter e a relação entre razão e desejo; a metafísica teleológica da reinterpretação da noção platônica do Bem segundo a categoria da causalidade final; o exame da validade dos tipos de vida e dos atos individuais no horizonte linguístico da sociedade política.
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