Os textos que um texto esconde...
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2358-3231.2020n37p163-178Palavras-chave:
Produção textual, Interdiscurso, Ditos e não ditos, InteracionismoResumo
Leitura e escrita são atividades interativas, uma vez que quem escreve o faz com um propósito: dizer algo a alguém, seu interlocutor, com uma intenção, de uma determinada forma, numa dada situação. O texto como textualização do discurso é uma atividade coconstruída, efeito de sentidos entre interlocutores. Na concepção interacionista, a produção textual pressupõe um conteúdo interior que se projeta para o exterior pela expressão. O que temos, então? Um sujeito, com sua consciência, suas intenções, seus impulsos e seus gostos, que, pretendendo exteriorizar seu discurso, seu a-dizer, se transforma em autor. E o texto, o dito, é, por conseguinte, a ponte que permite ao leitor – o seu interlocutor – ter acesso ao discurso e ao sujeito que o produziu. Autor e leitor são dotados de uma memória discursiva presente no processo de produção e leitura do texto, um evento interpretativo, que contém já ditos que subjazem ao dito ou estão implícitos nele, evidenciando a interdiscursividade/intertextualidade. Nessa perspectiva, um mesmo texto admite a possibilidade de muitas leituras. Como a construção de sentido se faz na interação autor-leitor por meio do texto, o leitor é alçado ao status de autor - coautor ou coenunciador - do novo texto produzido com a leitura.
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