Em busca do eu desconhecido:
amor e subjetividade errante em O conto da Ilha Desconhecida, de José Saramago
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2358-3231.2022n40p175-193Palavras-chave:
Amor, Sujeito porvir, Literatura, Viagem, José SaramagoResumo
Em romances, contos, crônicas e livros de viagem, José Saramago trata do tema da viagem de forma recorrente. Na perspectiva filosófica, pode-se logo perceber a temática como reflexão sobre o homem e sua viagem no mundo. A viagem da vida, do ser, do “ser-no-mundo” (Heidegger). Em dupla interpretação, a viagem poder ser lida ainda como percurso do próprio texto – viagem da escrita, viagem da leitura, percorrer de sentidos em movimento, errantes como o próprio viajante. Em “O conto da ilha desconhecida”, (1998) escolhido para esse trabalho, a dupla leitura da viagem como tema é atravessada ainda pela reflexão sobre a subjetividade. No conto, a ideia de um sujeito dado como pronto, inteiro (que poderíamos relacionar ao sujeito cartesiano) é colocada em xeque para que então se apresente um outro modelo de subjetividade atravessada pelo encontro com o outro como aventura, a partir da relação amorosa desenhada no texto. Tomando “O conto da ilha desconhecida” como micro-narrativa exemplar na obra de Saramago, pretende-se mostrar como o autor coloca a questão de uma subjetividade em processo, que busca seu questionamento filosófico fora de si, no outro, e ainda na escrita. Para isso, principalmente as ideias de Derrida e Blanchot serão importantes operadores de leitura do texto.
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