Masala:
a jornada de construção de um herói preto
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2358-3231.2023n43p261-279Palavras-chave:
herói preto, banda desenhada, masala, identidadeResumo
A palavra herói deriva do grego hḗrōs, aludindo a uma figura ambivalente, que reúne características e/ou potencialidades, como: coragem, sabedoria e força física. De acordo com “[a] Jornada do herói”, de Joseph Campbell (1989), tal processo apresenta uma complexidade psicológica, social e étnica, configurada em uma fraqueza, uma limitação no protagonista da história. Nesse contexto, as Histórias em Quadrinhos (HQ) ou as Bandas Desenhadas (BD), por meio da criação literária, expressam os anseios da imaginação, o fazer ficcional e o papel do mito na construção de heróis em sociedades variadas. Conforme Clyde W. Ford (2000), o herói preto representa a luta pela liberdade, por justiça e por autonomia, em um contexto de supremacia branca, se torna fundamental que heróis e heroínas em diáspora, possam fazer referência aos mitos e às lendas criados e proferidos por seus ancestrais. Assim, buscamos analisar a hibridização em consonância com a reciclagem na figura do herói tendo como base a BD angolana, Masala, o leopardo: um passo para a liberdade (1989), de Lito Silva. Como zonas de fronteira apontamos aproximações em relação a conceitos de “Heroísmo” e “Identidade” segundo perspectivas de Adichie (2019), hooks (2019), Hall (2006), Ford (2000) e Campbell (1989), em diálogo com a remediação ressignificada de “Necropolítica” de Mbembe (2018). Dessa maneira, propomos ponderar como a BD, considerando tanto os encontros como os desencontros. delineia o herói, tendo em vista seu período historiográfico de criação e os elementos verbais e não verbais que compõem a história repetindo o ideário de um herói europeu.
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