Isaura e as faces da violência em Nós matamos o Cão Tinhoso,de Luís Bernardo Honwana

Autores

  • Yago Viegas da Silva Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2358-3231.2023n43p120-131

Palavras-chave:

violência de gênero, literatura africana, colonialismo, análise social

Resumo

Nós matamos o Cão Tinhoso é um conto de Luís Bernardo Honwana, autor moçambicano, publicado em 1964. Nesse conto, Honwana constrói uma narrativa permeada de inocência, conflitos internos e coletivos, violência e infância. A narrativa se passa em uma aldeia numa localidade rural de Moçambique, e há, nesta, a presença de um elemento simbólico negativo: um cachorro rabugento (cão tinhoso), doente e bastante fedorento, que nada consegue fazer além de causar náuseas e despertar o asco dos que o veem. A narrativa ganha força quando o Cão Tinhoso é condenado à morte, embora a personagem Isaura, uma menina que sofre exclusão e preconceitos diversos, seja a maior vítima da violência que se coloca. O objetivo deste artigo é analisar a trajetória da personagem Isaura e os tipos de violência sofridos por ela, dentre os quais destacam-se o institucional e o de gênero. Essa personagem personifica o povo colonizado subjugado, por ser mulher, ela tem sua situação agravada. Para este trabalho, foram utilizadas as reflexões de Connel, em seu “Políticas da masculinidade” (1995), e Infantes e Delgado, em “El significado de la masculinidad para el análisis social” (2011), que contribuem para a percepção da naturalização da violência contra a menina, que, na verdade, é a única a agir com compaixão e misericórdia diante do animal moribundo que dá nome ao conto.
Palavras-chave: violência de gênero; literatura africana; colonialismo; análise social.

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Publicado

2023-12-06

Como Citar

Silva, Y. V. da. (2023). Isaura e as faces da violência em Nós matamos o Cão Tinhoso,de Luís Bernardo Honwana. Cadernos CESPUC De Pesquisa Série Ensaios, (43), 120–131. https://doi.org/10.5752/P.2358-3231.2023n43p120-131

Edição

Seção

Dossiê temático: Crises, nós, fronteiras