Os rosários precederam os coturnos: o anticomunismo nas Cruzadas do Rosário em Família na América Latina e os golpes civil-militares (1960-1964) .
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2237-8871.2019v20n33p158Palavras-chave:
História do Catolicismo, Catolicismo no Brasil, Igreja e EstadoResumo
O artigo trata das Cruzadas do Rosário em Família como ações anticomunistas nos meios católicos brasileiros entre 1962 e 1964. O Padre Patrick Peyton fundou nos EUA um movimento religioso católico denominado Holy Cross Family Ministries, (HCFM) - chamado no Brasil de Cruzadas do Rosário em Família -, caracterizado pela divulgação da oração do rosário associada a grandes astros e estrelas do cinema e a divulgação da oração como uma arma no combate ao comunismo nos anos da chamada Guerra Fria. Em particular, nosso olhar se volta sobre os objetivos das Cruzadas do Rosário em Família e os interesses dos EUA, através da CIA, em patrocinar os eventos na América Latina. No Brasil, as Cruzadas do Rosário foram realizadas entre 1962 a 1964 em várias cidades, consolidando o imaginário anticomunista e estimulando a oração em família – evidenciando, deste modo, como as atividades das Cruzadas do Rosário e a atuação do Padre Patrick Peyton podem ser consideradas como vetores que ajudaram a criar um clima propício para a aceitação do golpe civil-militar em 1964.
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