Das virtudes ou infortúnios femininos

Os ideais de conduta no Brasil oitocentista

Autores/as

  • Séfora Semíramis Sutil Universidade Federal de São João del-Rei

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2237-8871.2020v21n34p122

Palabras clave:

virtudes, infortúnios, honra, comportamento feminino

Resumen

Neste artigo analisamos as exigências para o comportamento virtuoso às mulheres do século XIX brasileiro. Por meio de periódicos, manuais de civilidade e obras literárias averiguamos quais as principais virtudes requeridas para a composição da honradez feminina. Entretanto, analisando o processo criminal de Luiza Maria da Conceição, moradora da vila de Formiga, província de Minas Gerais, mulher que desejou ser livre, verificamos as diferenças e semelhanças entre o modelo idealizado à conduta feminina e as práticas do cotidiano. Este caso nos ajuda a perceber que as mulheres, sobretudo as de camadas sociais não abastadas, tinham mais autonomia do que se poderia imaginar a julgar pelos discursos dominantes. Por outro lado, demonstra o limite conferido mesmo às mulheres que dispunham de maior liberdade de ação.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ALGRANTI, Leila Mezan. Educação de meninas na América portuguesa: das instituições de reclusão à vida em sociedade (séculos XVIII e início do XIX). Revista de História Regional, v. 19 (2), pp. 282-297, 2014.
ALGRANTI, Leila Mezan. Honradas e Devotas: Mulheres da Colônia (Estudos sobre a condição feminina através dos conventos e recolhimento do sudeste – 1750-1822). Tese de Doutorado. 369f. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1992.
ANDRADE, Marcos Ferreira de. A pena de morte e a revolta dos escravos de Carrancas: a origem da “lei nefanda” (10 de junho de 1835). Tempo, v. 23, n. 2, 2017.
BASTOS, Maria Helena Camara. Da educação das meninas por Fénelon (1852). História da Educação, v. 16, nº 36, pp. 147-188, jan/abr 2012.
BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. TOMAZ, F. (trad.). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.
BÜSCHGES, Christian. Las Leyes del Honor – Honor y Estratificación Social en el Distrito de la Audiencia de Quito (Siglo XVIII). Revista de Indias, vol. III, nº 209, 1997.
CARVALHO, José Murilo de. Os Bestializados. O Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 3ª ed., 2012.
CARVALHO, Leonam Maxney. Entre as Cores dos Vivos e as Faces da Morte. Culturas Jurídico-Penais e o positivo e o consuetudinário – Oliveira, Minas Gerais, 1839-1890. Tese de Doutorado. 386 f. Universidade Federal de Minas Gerais, 2017.
CHALHOUB, Sidney. Trabalho, Lar e Botequim. O cotidiano dos trabalhadores no Rio de Janeiro da Belle Époque. Campinas: Ed. Unicamp, 3ª ed., 2012.
CORRÊA, Leopoldo. Achegas à História do Oeste de Minas (Formiga e municípios vizinhos). Formiga/MG: Consórcio Mineiro de Comunicação, 1993.
COSTA, Jurandir Freire. Ordem Médica e Norma Familiar. Rio de Janeiro: Graal. Biblioteca de Filosofia e História das Ciências. 3ª Edição, 1989.
ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador: Formação do Estado e Civilização. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1993.
ESTEVES, Martha de Abreu. Meninas Perdidas. Os populares e o cotidiano do amor no Rio de Janeiro da Belle Époque. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
FARGE, Arlette. Famílias, a Honra e o Sigilo. In: CHARTIER, R. (org.) História da Vida Privada III – da herança ao século das Luzes. São Paulo: Cia das Letras, 2009.
JINZENJI, Mônica Yumi. Cultura Impressa e Educação da Mulher. Lições de política e moral no periódico mineiro O Mentor das Brasileiras (1829-1832). Tese de Doutorado. 249f. Belo Horizonte: Programa de Pós-graduação da Faculdade de Educação da UFMG, 2008.
JOHNSON, Lyman L.; LIPSETT-RIVERA, Sonya. (orgs.). The Faces of Honor – Sex, Shame and Violence in Colonial America. Albuquerque: University of New Mexico Press, 1998.
NASCIMENTO, Cecília Vieira do. O Sexo Feminino em campanha pela emancipação da mulher (1873/1874). Dissertação de Mestrado. 106f. Belo Horizonte/MG: Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, 2004.
NIETO ARDILA, María Sobeira. Con el aroma de una taza de café: La educación familiar para el honor, la fidelidad y la virtud. In: RAMÍREZ MÉNDEZ, L. A. (org.). Honor, Sexualidad y Transgresión en Mérida – Siglos XVIII – XIX. Venezuela: Fondo Ed. UNERMB, vol. 6, 2016.
PATTERSON, Orlando. Escravidão e Morte Social: Um Estudo Comparativo. JOLY, F. D. (trad.) São Paulo: Edusp, 2008.
PITT-RIVERS, Julian. Honour and Social Status. In: PERISTIANY, J.G. Honor and Shame: The Values of Mediterranean Society. London/UK: Weidenfeld and Nicolson, 1965.
RAINHO, Maria do Carmo. A distinção e suas normas: leituras e leitores dos manuais de etiqueta e civilidade – Rio de Janeiro, século XIX. Acervo. Rio de Janeiro, v. 5, nº 1-2, pp. 139-152, jan/dez 1995.
RIBEIRO, João Luiz. No Meio das Galinhas as Baratas não Têm Razão. A Lei de 10 de Junho de 1835. Os escravos e a pena de morte no Império do Brasil, 1822-1889. Rio de Janeiro: Renovar, 2005.
SAFFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes. Mito ou realidade. São Paulo: Expressão Popular, 3º ed., 2013.
SEVCENKO, Nicolau. Literatura como Missão – tensões sociais e criação cultural na primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1999.
SILVA, Wlamir. ‘Amáveis patrícias’: O Mentor das Brasileiras e a construção da identidade da mulher liberal na província de Minas Gerais (1829-1832). Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 28, nº 55, p. 107-130, 2008.
SLEMIAN, Andréa. À nação independente, um novo ordenamento jurídico: a criação dos Códigos Criminal e do Processo Penal na primeira década do Império do Brasil. In: RIBEIRO, G. S. (org.). Brasileiros e Cidadãos: modernidade política (1822-1930). São Paulo: Alameda, 2008.
SOBRINHO, José Francisco de Paula. A Formação Histórica das comunidades no Brasil. Estudo da criação do arraial de São Vicente Férrer da Formiga. Sua História e Sua Gente. Belo Horizonte: Gráfica e Editora Del Rey, vol. 1, 2007.
THOMPSON, Edward. Costumes em comum – estudos sobre a cultura popular tradicional. EICHEMBERG, R. (trad.). São Paulo: Schwartcz, 1998.
VAINFAS, Ronaldo. Trópico dos Pecados. Moral, sexualidade e inquisição no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.
Obras literárias
MÉRIMÉE, Prosper. Carmem. GOMES, Roberto (trad.). Porto Alegre: L&PM, 2011.
SADE, Marquês de. Os infortúnios da virtude. RODRIGUES, Fernanda Pinto (trad.). Lisboa: Ed. Minerva, 1973.
Códice legal
IMPÉRIO DO BRASIL. Código Criminal. Rio de Janeiro: Eduardo & Henrique Laemmert Ed., 2ª Edição, 1832.
Dicionário de época
BLUTEAU, Rafael. Diccionario da Lingua Portugueza. Lisboa: Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1789, tomos I e II. Disponível em: <http://www.iberoamericadigital.net/es/Inicio/>. Acessado em: 03 ago 2020.
Fontes primárias
O Mentor das Brasileiras. São João del-Rei, 1ª edição, 1829, pp. 05-6. Disponível em <http://bndigital.bn.gov.br/acervodigital/>Acessado em 25 jul 2019.
Processos Criminais do Acervo do Fórum de Formiga. Laboratório de Pesquisa e Conservação Documental da Universidade Federal de São João del-Rei.

Publicado

2020-12-02

Cómo citar

SUTIL, Séfora Semíramis. Das virtudes ou infortúnios femininos: Os ideais de conduta no Brasil oitocentista. Cadernos de História, Belo Horizonte, v. 21, n. 34, p. 122, 2020. DOI: 10.5752/P.2237-8871.2020v21n34p122. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/cadernoshistoria/article/view/24159. Acesso em: 20 ago. 2025.