Memória e Interdiscurso no Urbanismo - DOI: 10.5752/P.2237-8871.2011v12n16p9
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https://doi.org/10.5752/P.2237-8871.2011v12n16p9Mots-clés :
Discurso, História do UrbanismoRésumé
Este artigo propõe uma abordagem discursivada história do urbanismo, a partir do exame de textos produzidos em três momentos distintos. O primeiro deles refere-se à gênese do pensamento urbanístico no século XVI, época do surgimento dos textos instauradores da disciplina: os arquitextos. O segundo é o momento do pré-urbanismo, que se confunde com o pensamento socialista do século XIX. O terceiro enfoca as teorias do urbanismo do século XX. Nos arquivos examinados – trechos de enunciados produzidos nesses períodos – são discutidas as marcas da memória à luz da noção de interdiscurso. Identificam-se os traços dos arquitextos conservados nas propostas pré-urbanistas e nas teorias do urbanismo, tanto no que se refere à forma da enunciação, quanto ao conteúdo (proposição de espaços modelares), muito embora as teorias se pretendam científicas. Essas teorias do urbanismo mostram ainda sua filiação ao momento anterior, na medida em que mantêm as duas tendências ideológicas opostas: o progressismo e o culturalismo, configuradas no século anterior. Argumenta-se que a noção de ‘simetria’ é paradigmática na relação entre elas. Discute-se, finalmente, como se coloca a questão da subjetividade pelos textos instauradores e pelas teorias.
Abstract
This article aims to discuss about the history of urbanism, from the examination of texts produced in three different moments. The first one refers to the genesis of urban thought in the sixteenth century, when the establisher texts of the discipline appeared: the arquitexts. The second one is the moment of pre-urbanism, which coincides with the socialist thinking of the nineteenth century. The third one focuses on the theories of the twentieth century urbanism. In the files examined – excerpts of statements made during these periods – marks from the memory are discussed from the point of view of inter-discourse. Traces of the arquitexts are identified in both proposals of pre-urbanism and in the theories of urbanism, either in reference to the form of the enunciation, or to the contents (proposition of mould space), even though the theories claim to be scientific. These theories also show their affiliation to the precedent period, as they keep the two opposing ideological tendencies: the progressivism and the culturalism. It is argued that the notion of symmetry is paradigmatic in the relationship between them. It is discussed, finally, how the question of subjectivity is brought in both the arquitexts and the theories.
Keywords: History of urbanism; Discourse; Memory.Téléchargements
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