O papel da ambiência histórica nos processos de tombamento de Sítios Históricos Urbanos

Autores

  • Cíntia Camila Liberalino Viegas Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) http://orcid.org/0000-0002-0213-1229
  • Rubenilson Brazão Teixeira Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2237-8871.2017v18n28p28

Palavras-chave:

Ambiência Histórica, Tombamento, Sítios Históricos Urbanos.

Resumo

As definições de poligonais de tombamento de Sítios Históricos Urbanos surgiram da necessidade de preservação de valores artísticos e históricos das cidades que cada vez mais sofrem transformações em suas formas urbanas. Essa necessidade preservacionista foi institucionalizada durante o século XX, mas faz parte de um longo processo histórico de valorização do patrimônio urbano. O objetivo do artigo é a discussão desse processo, evidenciando o papel das ambiências históricas que compõem os núcleos iniciais de nossas cidades, principalmente nos processos de definição de poligonais de tombamento de Sítios Históricos Urbanos, por meio de pesquisa bibliográfica e documental, que teve como fontes primárias as teorias dos restauradores ao longo dos séculos, os documentos patrimoniais (convenções, tratados, recomendações, resoluções, cartas, orientações, princípios e normas patrimoniais) e as normas, decretos, leis, entre outros instrumentos reguladores que operam no Brasil a partir das primeiras décadas do século XX. Como contribuição, este trabalho apresenta alguns aspectos que determinam a preservação de ambiências históricas, para que ainda possam ser vivenciadas pela sociedade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cíntia Camila Liberalino Viegas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Graduada em Arquitetura e Urbanismo (2007) e Mestre em Psicologia Ambiental (2011) pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), especialista em Estudos do Patrimônio Arquitetônico (2013) pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP - UP / Portugal) e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFRN (2014-2017). Atua principalmente nas áreas de Projeto de Arquitetura, Psicologia Ambiental e Patrimônio Arquitetônico.

Rubenilson Brazão Teixeira, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1986), mestrado em Minimum Cost Housing - Mcgill University, Montreal, Canadá (1990) e doutorado em Etudes Urbaines - Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (2002), Paris, França. Pós-doutoramento no CRHIA, Universidade de La Rochelle, França (2012-2013). Entre outros cargos administrativos, foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFRN - PPGAU/UFRN, de abril de 2008 a março de 2010, e de maio de 2014 a abril de 2016. Professor visitante na EHESS, Paris, e na Université de La Rochelle, França, em janeiro de 2011. Atualmente, é professor associado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. No universo da Arquitetura e Urbanismo, atua principalmente nas áreas de História da Arquitetura e Urbanismo, Projeto e Habitação. Tem diversos trabalhos publicados, livros, capítulos de livros, artigos, resumos, resenhas e outros, publicados no Brasil e no exterior.

Referências

ANDRADE, Inês El-Jaick. O debate sobre as áreas envoltórias de bens patrimoniais. Cadernos PROARQ, Rio de Janeiro, n. 15, p. 7-18, dez. 2010.

ARGAN, Giulio Carlo. A História da Arte como História da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

BRANDI, Cesare. Teoria da Restauração. São Paulo: Ateliê, 2004.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Artigo n. 216 de 5 de outubro de 1988. Brasília: Edições Câmara, 2012.

BRASIL. IPHAN. Centro Histórico de Natal, Processo de Tombamento n.. 1.558-T-08, Vol. 1, 2 e 3. Natal: IPHAN, 2008.

BRASIL. IPHAN. Normatização de cidades históricas: orientações para a elaboração de diretrizes e normas de preservação para áreas urbanas tombadas. Brasília: IPHAN, 2010.

BRASIL. IPHAN. Plano de Preservação: Sítio Histórico Urbano. Brasília: IPHAN, 2005.

BRASIL. SPHAN. Decreto-lei n. 25, de 30 de novembro de 1937. Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Brasília: IPHAN, 1937. Disponível em: < http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/Decreto_no_25_de_30_de_novembro_de_1937.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2017.

CHOAY, Françoise. Alegoria do património. Lisboa: Edições 70, 2010.

CHOAY, Françoise. As questões do património. Lisboa: Edições 70, 2011.

CHUVA, Márcia Regina Romeiro. Os arquitetos da memória: a construção do patrimônio histórico e artístico nacional no Brasil – anos 30 e 40. 1998. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal Fluminense, Programa de Pós-Graduação em História, Rio de Janeiro, 1998.

COTA, Daniela Abritta; SILVA, Cecília Miranda. A relação entre política urbana e a política patrimonial em São João del Rei, MG: uma análise crítica In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 27, 2013, Natal. Anais... Natal: XXVII Simpósio Nacional de História, 2013. 15 p.

DUARTE JÚNIOR, Romeu. Programa Monumenta: uma experiência de preservação urbana no Brasil. Revista CPC, São Paulo, n. 10, p. 49-88, Maio-Out. 2010.

ELALI, Gleice. Relations entre comportement humain et environnement: une réflexion fondée sur la psychologie environnementale. In: THIBAUD, Jean Paul e DUARTE, Cristiane Rose. (Org.). Por une écologie sociale de la ville sensible: ambiences urbaines en partage. vol. 1. Genève: MetisPresses, 2013. p. 63-82.

GIOVANNONI, Gustavo. Velhas Cidades e Nova Construção Urbana. In: KÜHL, Beatriz Mugayar (Org.). Gustavo Giovannoni: textos escolhidos. Cotia: Ateliê Editorial, 2013.

ICOMOS. Declaração de Québec. Quebec: ICOMOS, 2008.

KÜHL, Beatriz Mugayar (Org.). Gustavo Giovannoni: textos escolhidos. Cotia: Ateliê Editorial, 2013.

LOPES, Flávio; CORREIA, Miguel Brito. Património Cultural: critérios e normas internacionais de proteção. Casal de Cambra: Caleidoscópio, 2014.

MEDEIROS, Elaine Albuquerque; VIEIRA, Natália Miranda. O sítio histórico de Natal agora é tombado como patrimônio nacional. E daí? In: Encontro Internacional Arquimemória: sobre preservação do patrimônio edificado, 4, 2013, Salvador. Anais... Salvador: IV Encontro Internacional Arquimemória, 2013. 24 p.

NASCIMENTO, José Clewton; CRUZ, Luana Honório; VIEIRA, Natália Miranda. Reflexões sobre o entorno de sítios históricos tombados: o caso do centro histórico de Natal. In: Encontro Internacional Arquimemória: sobre preservação do patrimônio edificado, 4, 2013, Salvador. Anais... Salvador: IV Encontro Internacional Arquimemória, 2013. 18 p.

PINHEIRO, Maria Lucia Bressan. Origens da Noção de Preservação do Patrimônio Cultural no Brasil. Risco, São Carlos, v. 3, n. 2, p. 4-14, 2006. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/risco/article/view/44654/48274>. Acesso em: 13 mar. 2017.

RUFINONI, Manoela Rossinetti. Gustavo Giovannoni e o Restauro Urbano. In: KÜHL, Beatriz Mugayar (Org.). Gustavo Giovannoni: textos escolhidos. Cotia: Ateliê Editorial, 2013.

SANTOS, Helena Mendes dos. Tradição e contradição na prática preservacionista: o tombamento de sítios urbanos pelo IPHAN de 1938-1990. 2006. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal Fluminense, programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Rio de Janeiro, 2006.

THIBAUD, Jean Paul. O ambiente sensorial das cidades: para uma abordagem de ambiências urbanas. In: TASSARA, Eda Terezinha de Oliveira; RABINOVICH, Elaine Pedreira; GUEDES, Maria do Carmo. (Org.). Psicologia e Ambiente. São Paulo: EDUC, 2004. p. 347-361.

VIEGAS, Cíntia Camila Liberalino; TEIXEIRA, Rubenilson Brazão. Preservação da Ambiência Histórica: contribuições dos documentos patrimoniais para intervenções em ambientes históricos e culturais. In: Projetar-2015: originalidade, criatividade e inovação no projeto contemporâneo: ensino, pesquisa e prática, 7, 2015, Natal. Anais... Natal: VII Seminário Projetar, 2015. 15 p.

VIEIRA, Natália Miranda; NASCIMENTO, José Clewton. A cristalização da “eterna imagem do passado” nas práticas preservacionistas dos sítios históricos brasileiros: perspectivas para a sua superação? In: Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, 2, 2012, Natal. Anais... Natal: II Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, 2012. 21 p.

VIÑAS, Salvador Muñoz. Contemporary Theory of Conservation. Oxford: Elsevier Butterworth Heinemann, 2005.

ZANCHETI, Silvio Mendes. Conservação Integrada e Planejamento Urbano: uma revisão. Cadernos de Estudos Sociais, Recife, v. 19, n. 1, p. 107‐ 124, jan./jun. 2003.

ZUMTHOR, Peter. Atmosferas. Barcelona: Gustavo Gili, 2009.

Downloads

Publicado

2017-05-13

Como Citar

VIEGAS, Cíntia Camila Liberalino; TEIXEIRA, Rubenilson Brazão. O papel da ambiência histórica nos processos de tombamento de Sítios Históricos Urbanos. Cadernos de História, Belo Horizonte, v. 18, n. 28, p. 28–48, 2017. DOI: 10.5752/P.2237-8871.2017v18n28p28. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/cadernoshistoria/article/view/P.2237-8871.2017v18n28p28. Acesso em: 23 ago. 2025.

Edição

Seção

Dossiê - Artigos: História e Cidades