O Espelho da História: práticas patrimonialistas e transformações na paisagem urbana de Viçosa (1980-2010)
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2237-8871.2017v18n28p296Palavras-chave:
Paisagem Urbana, Memória, Identidade, Patrimônio, Cidadania.Resumo
Ao final do século XX e início do século XXI, as paisagens urbanas modificadas, após anos de atividades industriais, vêm passando por um processo de reconfiguração. As ações nos centros urbanos foram projetadas pelos interesses do capital ou por decisões de políticas públicas. Os grupos dominantes optam por reconstruir as paisagens urbanas ditas degradas, levando em consideração os interesses do capital e o narcisismo de memórias coletivas previamente selecionadas. Portanto, a construção, reconstrução ou preservação de paisagens urbanas é, na realidade, um campo aberto, de conflito acirrado, de discussão apaixonada e veleidades estéticas entre os diferentes grupos que habitam o mesmo espaço. Tal fato reforça a importância do estudo da dimensão simbólica nas paisagens urbanas. Este trabalho analisa as políticas patrimoniais do município de Viçosa, entre os anos de 1980 e 2010 e tem o objetivo de interpretar as discussões e os discursos relacionados ao patrimônio, que modelaram a paisagem da cidade.Downloads
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