Os outros na descolonização Africana: uma análise da relação BRICS-África
Keywords:
África, BRICS, DescolonizaçãoAbstract
Este trabalho analisa a presença ou a participação de cada um dos países que formariam BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em 2001 no processo da descolonização africana (1950-1975). Com o objetivo de indicar que uma melhor compreensão da atual relação BRICS-África demanda uma acurada análise da participação desses países no período de lutas de independência africana. A referida participação ilustra a retórica e os ditames da Guerra Fria, onde interesses nacionais primaram sobre uma suposta solidariedade com os povos do Terceiro Mundo. Como conclusão, o trabalho aponta para o fato de que a tentativa da internacionalização das revoluções (socialista e comunista) se mostrou fracassada, resultado em parte da não compreensão da complexidade africana. E atualmente, a crítica endereçada ao comportamento imperialista e mercantilista dos BRICS no continente parece esbarrar também na mesma incompreensão.
Downloads
References
ANSHAN, Li. China’s New Policy toward Africa. In: ROTBERG, Robert I. China into Africa: Trade, Aid, and Influence. Massachusetts: World Peace of Foundation, 2008. p. 21-49.
BABB, S. The Washington Consensus as transnational policy paradigm: Its origins, trajectory and likely successor. Review of International Political Economy [S.I.], v. 20, n. 2, 2012, p. 268-297.
BERBOETS, Jeremy. The Soviet Union in Angola Soviet and African Perspectives on the Failed Socialist Transformation. School of Russian and Asian Studies, 2011. Disponível em: <http://www.sras.org/the_soviet_union_in_angola>. Acesso em: 20 Mai. 2014.
BETTS, Raymond F. Decolonization. New York: Taylor & Francis e-Library, 2004.
BHATTACHARYA, Sanjukta Banerji. Engaging Africa: India’s interests in the African continent, past and present. In: CHERU, Fantu; OBI, Cyril. The Rise of China and India in Africa: Challenges, opportunities and critical interventions. Suécia: Uppsala, 2010. p. 63-77.
BRAUTIGAM, Deborah. Chinese Aid and African Development: Exporting Green Revolution. New York: Palgrave Macmillan, 1988.
BRAUTIGAN, Deborah. The Dragon`s Gift: The real story of China in Africa. New York: Oxford University Press. 2009.
CABRAL, Amílcar. Análise de alguns tipos de resistência. Lisboa: Seara Nova, 1975. p. 15.
CABRAL, Amílcar. Destruir a economia do inimigo e construir a nossa própria economia. In: A prática revolucionária: unidade e luta, v. II. Praia: Órgão de informação da comissão nacional de Cabo Verde do PAIGC, 1965.
CABRAL, Amílcar. Teoria e Prática. In: Unidade e Luta, ano I, n°1. Praia: Órgão de informação da comissão nacional de Cabo Verde do PAIGC, 1976. p. 8.
CAPOCO, Zeferino. Nacionalismo e o Estado: um estudo sobre a história política de angola (1961-1991). 2013. 333 f. Tese (Doutorado) - Universidade Católica Portuguesa.
CARMODY, Pádraig. The Rise of the BRICS in Africa: The geopolitics of South-South relations. London: Zed Books, 20013.
CERVO, Amado Luiz; BUENO, Clodoaldo. História da política exterior do Brasil. 2. ed. Brasília: UnB, 2002.
CHACKO, P. Indian Foreign Policy: The politics of postcolonial identity from 1947 to 2004. London: Routledge, 2012.
DÁVILA, Jerry. Hotel Trópico: O Brasil e o desafio da descolonização africana, 1950-1980. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
DAVIDSON, Basil. La liberazione dela Guinea: aspeti di una revoluzione africana, Torino: Einaudi, 1970.
DEVENISH, Ge. Cutting the apron strings: the South African experience of decolonisation. TD The Journal for Transdisciplinary Research in Southern Africa, 9(2) December 2013. p. 309-340.
DROZ, Bernard. La décolonisation. Paris: Documentation Française, 2008.
DUBEY, Ajay. Looking west 3: Africa In: SCOTT, David. (editor) Handbook of India’s International Relations, Londres: Routeledge, 2011. p. 189-200.
FILHO, Pio Penna; LESSA, Antônio Carlos Moraes. O Itamaraty e a África: as origens da política africana do Brasil. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, n° 39, janeiro-junho, 2007. p. 57-81.
HAIFANG, Liu. China’s development cooperation with Africa: historical and cultural perspectives. In: CHERU, Fantu; OBI, Cyril. The Rise of China and India in Africa: Challenges, opportunities and critical interventions. Suécia: Uppsala, 2010. p. 53-62.
KIMCHE, David. A África negra e o movimento de solidariedade dos povos afro-asiáticos. In: Afro-Ásia. - N.ºs 8 e 9 (1969). p. 93-117.
KI-ZERBO, Joseph. Para quando a África? : Entrevista com René Hollenstein. Rio de Janeiro: Pallas, 2006.
LARKIN, Bruce D. China and Africa 1949-1970: The foreign policy of the People`s Republic of China. London: Universitiy of California Press, Ltd., 1973.
MENDONÇA, Hélio Magalhães de. Política Externa da África do Sul (1945-1999). In: GUIMARÃES, Samuel Pinheiro. (org.) África do Sul: visões brasileiras. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2000. p. 11-100.
MOORE, Carlos. A África que incomoda: sobre a problematização do legado africano no quotidiano brasileiro. Belo Horizonte: Nandyala, 2010, (coleção Repensando África, volume 3).
MULIRA, James; THIAM, Iba Der. África e os países socialistas. In: MAZRUI, Ali A; WONDJI, Christophe. (edit.) História Geral da África, VIII: África desde 1935. Brasília: UNESCO, 2010. Cap. 27.
MUNGER, Edwin S. Notes on the formation of South African foreign policy. Pasadena: Castle Press, 1965.
NETO, Agostinho. Relatório do Comité Central ao 1º Congresso do MPLA. Lisboa: Edições Avante, 1978.p. 38.
PEREIRA, Carlos Lopes. Socialismo ou neocolonialismo – As lutas de emancipação dos povos africanos e a actualidade do legado de Amílcar Cabral. Disponível em: <http://resistir.info/africa/c_lopes_pereira.html#asterisco>. Acesso em: 26 Mai. 2014.
PEREIRA, Daniel. Das Relações Históricas Cabo Verde/Brasil. Brasília: FUNAG, 2011.
POLO, Giambattista. Train de Vie. In: VILLEN, Patricia. A crítica de Amílcar Cabral ao colonialismo: Entre a harmonia e a contradição, 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2013. p. 211-223.
PRAVDA. A luta pela libertação dos PALOP - apoio da URSS/Rússia. Disponível em: <http://port.pravda.ru/news/russa/29-06-2005/8176-0/?mode=print>.Acesso em: 13 Mai. 2014.
RODRIGUES, José Honório. Brasil e África: Outro Horizonte, 3.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
SARAIVA José Flavio Sombra: O lugar da África: a dimensão atlântica da política Externa Brasileira de 1946 a nossos dias. Brasília: editora UNB, 1996. (coleção relações internacionais).
SECCO, Lincoln. Prefácio. In: VILLEN, Patricia. A crítica de Amílcar Cabral ao colonialismo: Entre a harmonia e a contradição, 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
SILVA, Márcia Maro da. A independência de Angola. Brasília: FUNAG, 2007.
TALTON, Benjamin. The Challenge of Decolonization in Africa. Disponível em: <http://exhibitions.nypl.org/africanaage/essay-challenge-of-decolonization-africa.html. 2010. Acesso em: 20 de Mai. 2014.
TAYLOR, Ian. India’s rise in Africa. International Affairs, 88: 4, 2012. p. 779-798.
UNIDADE E LUTA. Movimentos dos Não Alinhados: De Budapeste a Colombo. Ano II, n° 12, 1978. p. 37-42.
VILLEN, Patricia. A crítica de Amílcar Cabral ao colonialismo: Entre a harmonia e a contradição, 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
a.Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution License that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this journal.
b.Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
c.Authors are permitted and encouraged to post their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) prior to and during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as earlier and greater citation of published work (See The Effect of Open Access).